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jun/2012

ANP espera adesão de novos postos à venda do diesel S-50

Diante do reduzido interesse dos postos em ter o novo combustível em razão da baixa demanda e necessidade de investimento em modificações na bomba, a Petrobrás obrigou 3,7 mil estabelecimentos a venderem o S-50, num raio de distância de 100 km um do outro. Ainda assim, não há capilaridade na distribuição, afirmam fabricantes, frotistas e caminhoneiros. A Petrobrás não comentou o assunto.

A Agência Nacional de Petróleo (ANP), que fiscaliza a distribuição, informa que registrou, de janeiro a abril, apenas 15 reclamações relacionadas com a falta do S-50. Os postos são autuados e poderão ser multados.

“Além dos postos obrigados a comercializar o S-50, pelo menos mais 722 já aderiram voluntariamente. Espera-se que, com o aumento da demanda, mais postos passem a oferecê-lo”, diz Aurélio Cesar Nogueira Amaral, da Superintendência de Fiscalização da ANP. A relação dos postos está no site da agência.

O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam), Norival de Almeida Silva, diz que tem recebido muitas reclamações de caminhoneiros que fazem entregas no interior de São Paulo, em distâncias inferiores a 100 km, que se deparam com a falta do produto no meio do caminho.

Ele lembra ainda que, além dos preços mais elevados do caminhão e do diesel, é preciso usar o aditivo Arla 32, que custa de R$ 2,60 a R$ 5 o litro. “Quando apresentamos a planilha de custos para o cliente, ele não aceita pagar mais pelo serviço e temos de absorver os custos.”

O Sindicam representa 284 mil caminhoneiros autônomos. O próprio Silva precisou adquirir dois caminhões recentemente e optou pelo modelo antigo.

Alisio Vaz, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), relata que vários donos de postos têm receio em fazer investimentos na compra do S-50 – que perde a validade em 30 dias – diante da demanda ainda fraca. Na Europa e EUA, o diesel com baixo teor de enxofre substituiu o óleo mais sujo, o que facilitou a mudança.

No Brasil, toda a frota antiga (estimada em 1,54 milhão de caminhões) deve continuar sendo abastecida com o diesel atual (S-500 e S1800). Só os novos usarão o S-50, que em 2013 terá de ser convertido no S-10, ainda mais limpo, equiparável ao diesel usado na Europa.

A adoção da nova tecnologia estava prevista desde 2008, quando houve acerto entre fabricantes, Petrobrás e governo para pular a fase do Euro 4, que deveria ser adotada em 2009, para o Euro 5 a partir de 2012.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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