Para os veículos movidos a etanol, a meta energética é percorrer 11,96 km por litro
As montadoras instaladas no Brasil terão quatro anos para reduzir em 12% o consumo de combustível por quilômetro, na média, em relação aos carros zero que saem da fábrica hoje. Segundo o governo, o consumidor poderá economizar R$ 1.150,00 por ano, ou 75% do IPVA cobrado no País, em média.
A meta consta do novo programa automotivo, o “Inovar-Auto”, anunciado ontem. Ele prevê que a partir de 2013 os carros terão uma elevação de 30 pontos porcentuais no IPI, mas esse aumento poderá ser zerado se as montadoras cumprirem um conjunto de condições. Além de anular o aumento de 30 pontos, elas poderão ter uma redução de até quatro pontos porcentuais no IPI como bônus. Desses, dois pontos serão dados se os modelos atingirem uma economia de pelo menos 18,8%. Mais dois pontos serão cortados se a fábrica investir mais de 0,5% do faturamento bruto em pesquisa e inovação tecnológica.
Ao anunciar as regras, os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Guido Mantega (Fazenda) e Marco Antônio Raupp (Ciência e Tecnologia) bateram na tecla de que as mudanças vão impulsionar os investimentos em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e tornarão os carros feitos no Brasil mais seguros e eficientes. “Esse novo regime une todos os esforços do governo para que a indústria automobilística seja modernizada”, disse Raupp.
Esse investimento, que Mantega estimou em US$ 22 bilhões para os próximos três anos, vai incentivar os fabricantes de autopeças e componentes, e permitir o ganho de eficiência energética exigido pelo governo.
Preços. Adicionalmente, os ministros afirmaram que o novo regime automotivo vai reduzir os preços dos carros produzidos no Brasil. Segundo os ministros, o veículo brasileiro pode ficar até 4% mais barato, em 2017.
A meta energética é chegar a 2017 (medido em 2016) com consumo de 17,26 km por litro, no caso dos carros com gasolina e 11,96 km por litro nos que usam etanol. Hoje, essas relações são de 14 km/l e 9,71 km/l, respectivamente.
Nas contas do governo, para atingir um desconto de 30 pontos porcentuais do IPI, as montadoras estarão, em média, fabricando no ano que vem carros com 45% a 50% de autopeças compradas no Mercosul. Esse conteúdo regional subiria para perto de 70% em 2017. Com exceção das japonesas e das francesas que terão que fazer um esforço maior para chegarem neste patamar, as demais montadoras já estão próximas da exigência.
Fonte: O Estado de S. Paulo