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abr/2012

Deputada defende união dos poderes contra a delinquência juvenil

Mara Caseiro afirma que os municípios também precisam investir mais neste setor

A deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB) defendeu nesta quarta-feira (18) a união dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário no combate à delinquência juvenil em Mato Grosso do Sul. Ela também afirmou que os gestores municipais precisam voltar o olhar para este setor e ampliar os investimentos na valorização da vida.

Ela ressaltou que, apesar das ações que vem sendo empreendidas para combater a violência nas escolas e as drogas entre os jovens, ainda há muito o que avançar.

Esta semana, a imprensa divulgou dados que revelam a queda de 60% nos índices de delinquência juvenil em Mato Grosso do Sul no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2011.

Entre janeiro e março do ano anterior, houve 105 apreensões de menores contra 42 nos mesmos meses de 2012. Esta redução vem ocorrendo desde 2010, quando foram registradas 453 apreensões de menores, contra 341 em 2011 – queda de 25%. As informações foram divulgadas na edição do dia 16 de abril do jornal O Estado.

Por outro lado, Mara Caseiro também enfocou uma matéria veiculada hoje, pelo jornal Correio do Estado, sobre a apreensão de 7 adolescentes que foram flagrados fumando maconha. Um deles, inclusive, dentro da sala de aula. Os outros seis estavam usando drogas na rua de trás do estabelecimento de ensino, quando foram abordados pela PM.

“Como um professor pode ter segurança para chamar a atenção de um jovem, se por apenas cobrar disciplina e respeito estes profissionais acabam sendo agredidos?”, questionou.

Ao comentar a repercussão destes fatos na imprensa, a deputada ressaltou que, apesar das louváveis ações da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Militar, como as palestras sobre violência que estão sendo proferidas nas escolas e a ampliação do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência ), ainda há muito para ser feito neste setor.

“A gente fica feliz ao saber que estes índices vêm diminuindo, e que as providências estão sendo tomadas, mas ainda é pouco. Que bom que a secretaria de Segurança Pública está olhando com um olhar de proteção para os nossos jovens, mas e os nossos gestores municipais? Como eles podem participar mais ativamente deste processo?”, questionou, dizendo estar estarrecida, por exemplo, com o assassinato de um jovem de 20 anos ocorrido neste fim de semana em Eldorado.

“Fui dentista, vereadora e prefeita nesta cidade e vi este jovem crescer, assim como vi crescer os rapazes apontados como envolvidos no crime. Eles eram amigos, e essa tragédia aconteceu por causa das drogas”, lamentou.

Para Mara Caseiro, é muito fácil responsabilizar o Estado por estes problemas, mas esta é uma questão que precisa ser tratada pela escola e principalmente pela família. “Trata-se de um conjunto de atores que precisa se unir e repensar a educação de nossos jovens, trabalhar o resgate dos valores da família, da autoridade dos pais e da escola”, complementou, destacando a necessidade da união entre os governos federal, estadual, municipal, unidades de ensino e sociedade organizada para que esta situação se reverta.

Durante aparte, o deputado Rinaldo Modesto (PSDB) lembrou de outro fato ocorrido recentemente, de um jovem que esfaqueou o próprio professor em sala de aula. Para ele, a deterioração dos valores e os rumos que vem tomando a juventude são um desafio para os governos, que precisam investir mais no setor.

Outros parlamentares abordaram a questão da redução da maioridade penal e da idade permitida para trabalhar como alternativas.

Onevan de Matos (PSDB) e Zé Teixeira (DEM), por exemplo, concordam que os jovens devem trabalhar mais cedo, para que não tenham tempo de se envolver com coisas ilícitas. Já o petista Pedro Kemp discorda e diz que as crianças precisam ter seu tempo de desenvolvimento respeitado e que os avanços garantidos pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) precisam ser preservados. Líder do governo na Casa, Júnior Mochi (PMDB) enfatizou que seu posicionamento é contrário à redução da maioridade penal.

Já o deputado Alcides Bernal (PP) afirma que a televisão é uma das responsáveis pela criminalidade entre a juventude, já que fomenta “situações que afrontam a dignidade do ser humano”.

Em seu aparte, o deputado Lauro Davi (PSB) questionou o que vem sendo feito pelo policiamento em torno das escolas, onde os traficantes atuam livremente.

Mara Caseiro arrematou seu discurso afirmando que o ECA veio para garantir a proteção de direitos da criança e do adolescente. Porém, algumas interpretações distorcidas devem ser revistas.

Fonte: A Crítica

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