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jul/2015

Em audiência pública, diretor da FenaPRF aponta problemas que afligem o policial rodoviário federal

Diretor da FenaPRF Dovercino Neto
Foto: Agência FenaPRF

Efetivo reduzido, armamentos e equipamentos de proteção com eficiência questionáveis, viaturas que são veículos comuns com pequenas adaptações e posto não projetados para o serviço policial trazendo insegurança para os PRF s nas rodovias são problemas que afligem Policiais Rodoviários Federais em todo país. Esses pontos foram elencados pelo diretor de secretaria substituto da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) Dovercino Borges Neto na audiência pública realizada na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados com p tema “Avaliar as condições de trabalho dos profissionais de segurança pública”.

O evento foi realizado em Brasília no dia 09 de julho de 2015. O problema mais sério pelo qual passa a categoria ultimamente é o efetivo reduzido, ou seja, há muita rodovia para poucos PRFs. O Brasil tem por volta de 70 mil quilômetros de rodovias para um efetivo de cerca de 11 mil policiais rodoviários federais. Segundo estudo da ANFAVEA, entre os anos de 2000 e 2010 houve um aumento de 118% dos veículos circulando no país e o efetivo da PRF é praticamente o mesma há mais de 20 anos. Vale ressaltar que não aumentou apenas o número de veículos, mas a quantidade de crimes que usam nossas rodovias para sua execução.

Dovercino Neto alertou para a falta de segurança a que estão sujeitos os policiais rodoviários federais do país. “O próprio policial rodoviário federal sente-se inseguro no trabalho nas estradas. Como vai garantir a segurança dos usuários das rodovias se não temos material humano nem pra garantir a segurança do próprio policial?” questionou o diretor. Ele relembrou o caso de um PRF morto em Alagoas. Alvejado quando atendia uma ocorrência de acidente, Luis Gonzaga Pereira Santos não pôde ser socorrido por seu colega que se encontrava no local porque a arma que usava havia sofrido pane. Para deter o criminoso o colega teve que usar a arma do ferido, que tinha acabado de ser atingido por disparo de arma de fogo. Aguardamos ansiosos pela perícia no colete do referido colega para saber se o equipamento foi eficiente ou não.

As viaturas entregues aos policiais são veículos comuns que não foram projetados para o serviço policial. Recebem uma quantidade de acessórios para caracterização de uso policial e invariavelmente apresentam problemas de bateria. Assim, os veículos não suportam o aparato adaptado ao veículo fabricado para uso de qualquer cidadão, sem falar da falta de equipamentos de proteção que não são inclusos para a segurança do policial.

Postos inseguros e obsoletos. Os postos ao longo das rodovias também são locais inseguros e poucos funcionais para o uso do PRF. A maioria é relíquia do extinto DNER, da época em que a PRF pertencia ao Ministério dos Transportes. “A segurança para quem trabalha nesses postos praticamente não existe”, comenta Neto.


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