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ago/2012

Em semana decisiva governo não apresenta propostas

Servidores do Incra e MDA permaneceram no Planejamento por mais de 3 horas, mas novo encontro só foi apontado para segunda, 20. Marcha amanhã terá clima de revolta.

O governo parece não estar interessado em resolver os conflitos que mantém mais de 30 categorias em greve em todo o Brasil. Nesta terça-feira, as primeiras reuniões confirmadas – e que segundo o próprio Ministério do Planejamento serviriam para dar respostas aos setores em greve – não trouxeram resultados e frustraram os milhares de servidores com atividades paralisadas. A primeira reunião, que começou com quase duas horas de atraso, e trata da equalização da Lei 12.277/10, que sozinha responde pelas reivindicações de pelo menos 18 categorias, já indicava que o governo mais uma vez está adiando a solução dos conflitos com os servidores. O secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, informou que ainda não havia proposta para a reivindicação e adiantou que provavelmente o que o governo tem a apresentar está distante de atender a demanda da categoria que busca equiparação da tabela criada pela Lei 12.277/10 para todos os cargos de nível superior e mesmo percentual de reajuste para intermediário e auxiliar. Mas sem proposta os servidores não têm como avaliar se o que o governo tem a apresentar pode servir para avançar nas negociações. O Planejamento disse que sexta, 17, com possibilidade de antecipação para quinta, 16, pode chamar novamente a Condsef para apresentar algo.

Outras categorias com reunião marcada hoje também sofreram frustração. A postura do governo de continuar adiando proposta levou servidores do incra e mda a decidir permanecer na sala de reuniões buscando pressionar o governo para apresentar algo para a categoria. Após quase três horas de impasse planejamento concordou agendar uma reunião para apenas segunda, 20. Com o impasse, a greve deve seguir forte e tende a crescer. A expectativa dos servidores era de que governo tivesse propostas para apresentar. Com o resultado das duas reuniões que a Condsef participou sem apresentação de propostas, a recomendação da entidade e do Comando Nacional de Greve, que também esteve nas reuniões, é de que a greve permaneça forte e a pressão seja ampliada.

Condsef quer agenda para demais setores. Marcha nesta quarta terá clima de revolta – Nesta quarta-feira, 15, a marcha agendada para acontecer a partir das 9 horas com concentração na Catedral de Brasília deve se realizar com um clima de revolta. A Condsef e o Comando Nacional de Greve convocam a participação de todos os servidores que esperam respostas concretas do governo e lutam para a solução do impasse a marchar amanhã em defesa dos servidores e serviços públicos. Também nesta quarta a Condsef vai ao Ministério do Planejamento cobrar a agenda de reuniões ainda não confirmada dos demais setores em greve. A pressão também continua pela apresentação definitiva de propostas para as categorias que tiveram reuniões improdutivas nesta terça.

A recomendação da Condsef e do Comando Nacional de Greve é de manter total pressão nesta semana considerada decisiva. Isso é importante e fundamental para que os servidores não vejam o mesmo filme do ano passado, quando o governo encaminhou apenas no dia 31 de agosto um projeto de lei ao Congresso Nacional. Com mais de 400 emendas apresentadas, praticamente uma nova negociação teve que ocorrer dentro do Congresso. Apenas este ano o projeto fruto da negociação do ano passado conseguiu ser aprovado mesmo sem atender as reivindicações urgentes dos setores e depois de infinitos problemas. O cenário desse ano, no entanto, é diferente pois conta com uma greve geral forte do funcionalismo e que pode ser o diferencial para assegurar que o governo recue e apresente as propostas que possam atender ao conjunto da categoria. O que se espera são propostas imediatas capazes de por fim aos conflitos instalados.

Fonte: Condesef

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