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ago/2012

Enquanto greve avança, negociações com governo seguem estagnadas. Pressão deve ser intensificada

Sem novidades nos processos de negociação com o governo, a greve dos servidores públicos federais segue avançando. Policiais federais, servidores do Banco Central e do Judiciário aprovaram adesão ao movimento, enquanto fiscais da Agricultura devem decidir em assembleias nos próximos dias. Também devem definir se paralisam atividades por tempo intederminado outros setores do Executivo como o caso dos servidores do SPU (Secretaria do Patrimônio da União). Servidores da Imprensa Nacional estão em estado de alerta e podem decidir greve a partir do dia 8 de agosto. A pressão da categoria por respostas do governo às principais reivindicações do setor público deve ser intensificada. O Executivo tem só até o dia 31 de agosto para encaminhar projetos de lei que contenham previsão orçamentária para 2013.

Enquanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reforçou declarações nesta sexta-feira de que neste momento de “crise” a prioridade do governo será atender a iniciativa privada, a prioridade dos servidores, da Condsef, do Comando Nacional de Greve continua sendo lutar para que o governo aplique recursos públicos para melhorar o atendimento à população. É preciso frear a ganância dos empresários que não tem limites e já fez com que o governo concedesse em menos de dois anos quase R$200 bilhões em isenção de impostos ao setor privado sem necessariamente a garantia de empregos. Está mais do que na hora de o governo Dilma olhar com atenção e responsabilidade para o setor público.

Para auxiliar no processo de luta por propostas que contemplem o conjunto do funcionalismo estão previstas novas atividades que vão mobilizar e unir mais uma vez os servidores públicos. No próximo dia 9 de agosto mais um Dia Nacional de Luta vai movimentar as capitais com a luta da categoria. Entre os dias 13 e 17 de agosto um novo acampamento em Brasília vai reunir novamente servidores de todo o Brasil para pressionar o governo a apresentar soluções para os conflitos instalados. No dia 15 de agosto, quarta-feira, está prevista mais uma grande marcha em defesa do setor público na Esplanada dos Ministérios. E no dia 17 acontece mais uma plenária unificada que reunirá todos os servidores em greve para avaliar o processo de negociações com o governo e definir os rumos do movimento.

Investimentos para evitar o apagão dos serviços públicos – A reestruturação de carreira continua no topo das prioridades entre os servidores. Esta reivindicação aparece como central para garantir melhores condições de trabalho e manutenção de mão de obra especializada que garanta atendimento de qualidade à população. Hoje, além do grande número de servidores com possibilidade de se aposentar, a evasão de trabalhadores é um dos problemas que precisa ser encarado pelo governo. Caso contrário, em menos de cinco anos pode ocorrer um apagão dos serviços prestados à sociedade.

A orientação da Condsef e do Comando Nacional de Greve continua sendo o de reforçar a mobilização e a greve nos estados. A decisão do Ministério do Planejamento em adiar a apresentação de respostas aos servidores apenas para a 2ª quinzena de agosto motiva ainda mais a luta. A greve geral do setor público enfrentado pelo governo Dilma já é uma das maiores na história do movimento de luta dos servidores federais.
O objetivo de todas as atividades de mobilização continua sendo o de chamar a atenção do governo para a necessidade de buscar avanços urgentes nos processos de negociação com a apresentação imediata de propostas que atendam às reivindicações dos servidores. A expectativa continua sendo de que o governo inicie de fato uma negociação capaz de produzir como resultado uma proposta que atenda as reividicações do conjunto dos federais. Para isso a mobilização deve ser reforçada.

Fonte: Condsef

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