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fev/2012

Especialista: eficácia da lei esbarra em fiscalização deficiente e falta de educação

Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), que resultou na publicação do Manual de Segurança de Trânsito para Profissionais de Trânsito e de Saúde, atestou que as alterações provocadas pelo álcool no organismo são um fator de risco para o aumento de acidentes.

O manual cita, por exemplo, que a propensão a acidentes aumenta de maneira significativa a partir de uma concentração de 0,4 g/l de álcool no sangue. Ao se alcançar 1g/l, segundo o estudo, o risco de acidente em relação à alcoolemia zero é cerca de 5 vezes maior, podendo ser 140 vezes maior caso a concentração passe de 2,4 g/l de álcool no sangue.

Segundo o presidente da ONG Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito (IST,) David Duarte Lima, os limites de concentração de álcool foram adotados por uma série de países exatamente para diferenciar o motorista que bebe duas latinhas de cerveja daquele que está de porre. Lima observa que de nada adianta existir uma lei com tolerância zero se a fiscalização e os níveis de educação e de conscientização continuarem deficientes.

“O motorista não pode ser considerado como criminoso por apresentar qualquer nível de concentração de álcool no sangue”, afirma Lima, lembrando que somente no Distrito Federal entre 150 e 200 mil pessoas costumam consumir algum tipo de bebida alcoólica nos fins de semana.

Ele defende a necessidade de campanhas mais explicativas sobre os reais efeitos do álcool no organismo, além de punições mais brandas, como a prestação de serviços comunitários, para os motoristas flagrados com concentrações de álcool no sangue entendidas como fora do fator de risco.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Continua:
Comissão poderá debater aumento de punição a motorista alcoolizado

Reportagem – Murilo Souza
Edição – João Pitella Junior

Agência Câmara

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