Na noite de terça-feira(10), a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), foi recebida pelo secretário de relações do trabalho, Sérgio Mendonça, e por sua equipe do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). O encontro foi o primeiro da pauta específica da categoria com Mendonça, tendo em vista que nos últimos encontros os assuntos debatidos foram da pauta coletiva dos servidores públicos federais.
Na reunião, a FenaPRF explanou para o novo secretário através dos representantes da Comissão Nacional de Reestruturação e Negociação Salarial, Frederico França e Érico Guedes, um resumo da situação atual dos PRFs, tanto no sentido financeiro, quanto no operacional. Foi apresentado também um projeto de recomposição das distorções salariais.
Essa readequação, seria para obter uma equiparação da categoria, com as demais carreiras típicas de Estado, que foram beneficiadas por subsídio na mesma época. Segundo França o assunto ainda terá longas discussões. “Nada vai ser fácil, as argumentações serão parte do sucesso de nossas reivindicações, mas o que fará diferença será a união e disposição da categoria para as possíveis mobilizações”, define.
Para Érico Guedes essa é uma ótima oportunidade para o governo corrigir os prejuízos que a carreira têm tido nos últimos anos. “Apesar de percebermos que hoje a Secretaria conhece melhor, nossos problemas, baseando-se na conjuntura macroeconômica, será duro alcançarmos todas as nossas perdas de uma vez só, mas não vamos fraquejar, a categoria está unida e pronta para lutar”, defende.
Mendonça ficou impressionado com a qualidade e quantidade de detalhes do material apresentado pela Federação. A secretária-adjunta de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Marcela Tapajós, aproveitou para lembra-lo que a FenaPRF já estava com os trabalhos adiantados durante a gestão do secretário Duvanier Paiva. “Já havíamos caminhado bastante, desde o ano passado, mesmo sendo um ano duro, especialmente devido a crise. Porém conseguimos evoluir, com mesas instauradas, oficinas realizadas”, lembrou. “Tivemos um ano de aprendizado e amadurecimento, as pessoas que participaram dos trabalhos, entendiam sobre as questões complexas, como a reestruturação da carreira”, completou.
O único posicionamento certo por parte do governo foi a questão salarial, que será o último assunto a ser discutido. O prazo limite para as discussões se encerra em 31 de agosto, porém as cobranças das categorias, principalmente com as mobilizações ocorridas no fim de março, fizeram com que a Secretaria de Relações do Trabalho se comprometesse a adiantar o processo para a data máxima de 31 de julho.
Em um momento mais tenso, o diretor parlamentar da FenaPRF, Renato Borges Dias, cobrou do governo uma posição mais honesta com os servidores. “Queremos uma data certa para que o governo apresente os termos do acordo para serem assinados, pelo menos dos assuntos que não tem impacto orçamentário/financeiro. Nossos filiados estão cobrando, e eles estão certos, pois o governo utiliza muito a estratégica do ‘embromation’”, reclamou.
Para o presidente da FenaPRF, Pedro Cavalcanti, a maioria das reivindicações da categoria podem ser atendidas sem que seja necessário desgaste por ambas as partes. “Se o Governo mostrasse uma boa vontade política, os problemas da Polícia Rodoviária Federal, bem como dos próprios policiais seriam resolvidos rapidamente”, afirma Cavalcanti.
Próximo encontro – O governo irá se posicionar sobre as apresentações no próximo dia 8 de maio. A FenaPRF convoca toda a categoria a se manter em estado de alerta, pois uma nova mobilização pode acontecer a qualquer momento.
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