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ago/2012

Greve da PRF paralisa obras de usinas em Mato Grosso

Usinas de beneficiamento de cana-de-açúcar e hidrelétricas situadas em Mato Grosso já começaram a sofrer o impacto da greve dos policiais rodoviários federais, iniciada à meia-noite desta terça-feira (21), em todo o país.

Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado de Mato Grosso, Paulo Vinícius Barros de Assis, as grandes empresas precisam da escolta da PRF, ao longo das rodovias, para o transporte de grandes peças necessárias às obras.

Com a paralisação, as carretas das transportadoras estão parando em postos de combustíveis, aguardando um posicionamento da categoria, sem condições para seguirem viagem ou retornarem à cidade de origem.

“É lei, porque essas carretas ocupam um grande espaço na pista, têm excesso lateral de carga, necessitando da escolta da PRF para transitar nas rodovias, sem colocar em risco a segurança dos demais motoristas”, explicou Assis, em entrevista ao MidiaNews.

Ao todo, 458 policiais cruzaram os braços e apenas 30% do efetivo está sendo mantido nas rodovias federais que cortam o Estado (BRs 163/364/158/174).

Os agentes plantonistas, porém, apenas irão atender acidentes graves com vítimas, enquanto os demais acidentes de trânsito, sem gravidade, terão as ocorrências registradas apenas nos postos da PRF-MT.

Nas sedes da superintendência e nas delegacias, o serviço administrativo será mantido apenas internamente, para a manutenção de atividades essenciais da instituição.

Boletins de Ocorrência também não serão emitidos à população, apenas confeccionados e liberados após o término da greve.

A fiscalização de atos ilícitos nas rodovias federais do Estado, como tráfico de drogas e crimes ambientais, também está comprometida com a paralisação.

Protesto

Segundo o presidente, os postos de fiscalização da PRF-MT estão expondo faixas de protesto para mostrar à população o grau de insatisfação da categoria.

Além disso, nove outdoors foram espalhados na Capital, Várzea Grande e demais grandes cidades do Estado, explicando à população qual a razão da greve.

Assis afirmou que os agentes da PRF-MT que estiverem em serviço estarão sempre usando uma tarja branca no braço esquerdo, como protesto pelas atuais condições de trabalho, demonstrando sua insatisfação com o Governo Federal.

Operação-padrão

De acordo com o presidente, os agentes não farão mobilizações ou fechamentos das estradas, em decorrência de uma liminar conseguida pela Advocacia-Geral da União (AGU) junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que proíbe a realização de operação-padrão tanto por parte da PRF quanto por parte da Polícia Federal, em greve desde o dia 7 passado.

“Caso a gente descumpra essa liminar, a federação terá que arcar com multa diária de R$ 200 mil”, explicou.

Reivindicações

Segundo o presidente do SINPRF-MT, a categoria pede por recomposição salarial, uma vez que a remuneração atual estaria defasada há 10 anos, e reconhecimento do cargo como nível superior.
Assis afirmou que, hoje, o salário inicial de um policial rodoviário federal é de R$ 5.080 e, apesar do nível superior ser obrigatório para assumir o posto, a carreira ainda é considerada e remunerada de acordo com o nível médio.

Com o reajuste pretendido, o salário inicial da categoria subiria para aproximadamente R$ 8 mil.

Além disso, a PRF-MT reclama do efetivo atual, que não seria satisfatório para atender à demanda do Estado, e pede por realização de concursos públicos, uma vez que, em todo o país, quatro mil vagas precisariam ser preenchidas.

Segundo Assis, o ideal seria que Mato Grosso contasse com 850 policiais patrulhando as rodovias federais, mas possui apenas 50% desse contingente.

Proposta

Na tentativa de colocar um fim nas paralisações dos servidores federais, o Governo Federal, por meio do Ministério do Planejamento, convocou os representantes dos sindicatos federais dos policiais rodoviários federais para uma reunião a ser realizada na próxima quinta-feira (23), às 9h30, em Brasília.

“Vamos ver se eles apresentam alguma proposta satisfatória para a categoria. Se houver, essa greve pode acabar no dia 23 mesmo e a população não será tão prejudicada”, afirmou Assis.

Fonte: Mídia News

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