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jul/2012

Marcha dos servidores unifica luta da classe trabalhadora

Uma marcha vitoriosa. Assim classificam, os servidores públicos federais, a passeata realizada na manhã desta quarta-feira (18), em Brasília (DF). Com diversos setores do funcionalismo público, além de estudantes e até metalúrgicos presentes em solidariedade à luta da categoria, em greve unificada há um mês. Além da marcha, que reuniu cerca de 10 mil pessoas, um grande acampamento montado na Esplanada dos Ministérios concentra cinco mil servidores.

Durante a caminhada, dirigentes sindicais se alternavam nos discursos em frente aos prédios públicos por onde passavam, como o Palácio do Planalto. Chegou a bloquear as seis faixas na Esplanada dos Ministérios, no trecho entre a Catedral até o Congresso Nacional, e interditou o outro lado do Eixo Monumental. Os manifestantes pararam em frente ao Ministério do Planejamento para mandar seu recado à ministra Miriam Belchior.

“É um fenômeno, uma indignação grande e uma demonstração da vontade em querer exigir do governo somente o que é de direito, que é apenas a negociação. Que eles nos ouçam, que nos chamem para negociação. Estamos hoje há 36 dias em greve e nada, nenhumas chamada, nenhuma conversa. Deveriam nos tratar com o mesmo respeito que têm com outros setores e chamar para a negociação como fizeram com o Proifes[Federação de Sindicato de Professores de Instituições Federais do Ensino Superior] e com o Andes [Sindicato Nacional dos Docentes das Institutições de Ensino Superior]”, declarou o secretário Nacional dos Serviços Públicos e do Trabalhador do Público da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), João Paulo Ribeiro.

João Paulo também é coordenador da Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra), que representa grande parte dos trabalhadores das Instituições de Ensino Superior (IES) e das Instituições vinculadas ao ensino de 3º grau, totalizando 150 mil funcionários públicos. Ele lembrou que já é o terceiro ano que a categoria está sem reajuste. Durante a marcha, estiveram presentes 1.600 trabalhadores de 61 universidades em greve.

“É preciso pelo menos um reajuste emergencial para decretar o fim da greve, porque três anos sem reajuste não é possível mais. Nós fizemos uma greve de 113 dias em 2011. Terminamos a greve em setembro, quando o governo disse que em uma semana , no máximo 15 dias entregariam a proposta do governo no papel. Fizemos um acordo, então, que até o dia 30 de março fecharíamos um acordo. E não tivemos mais retorno”, lembrou João Paulo.

Os servidores da Fasubra exigem reestruturação da carreira com aumento do piso de R$ 1.037 para R$ 1.866, reajuste salarial, e step (intervalo entre as carreiras) de 5%, entre outros pontos. Desde a manhã desta quarta, 910 servidores da Fasubra se juntaram ao Acampamento da Greve.

“ Agora estamos na pressão e decididos a denunciar esse governo que se nega a conversar com o trabalhador do setor público”, finalizou o secretário da CTB.

A presidenta do Andes, a professora Marinalva Oliveira, também presente na marcha, reforçou a importância da unidade dos servidores.

“Foi uma grande manifestação pacífica onde todos os servidores públicos federais, vindos de diversas partes do país. puderam mostrar, juntos, o descontentamento com o governo e com a falta de diálogo”, declarou Marinalva Oliveira.

Entre os presentes também estavam estudantes em greve nas universidades de todo país e representantes do movimento estudantil como a presidenta Manuela Braga, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

“A UNE e oturas entidades estudantis estão na marcha em solidariedade e apoio a essa categoria que precisa ser valorizada. É nosso dever estar presente apoiá-los em especial os trabalhadores na área da Educação. Além das pautas específicas dos estudantes, pela qualidade da universidade pública, como melhoria da infraestrutura, também é fundamental um plano de carreira que valorize os profissionais, que tem um impacto direto na qualidade do ensino e da extensão do ensino”, declarou Daniel Iliescu.

Dia 2 de agosto
Também seguiram em marcha trabalhadores de outros setores como metalúrgicos e os presidentes das centrais sindicais CTB, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central Sindical e Popular (Conlutas). As três centrais se comprometeram em convocar em 2 de agosto o Dia Nacional de Lutas em apoio à greve dos servidores públicos federais.

Fonte: Portal Vermelho

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