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ago/2012

Ministro da Justiça: “quem decide o que o sindicato vai fazer é a base”

"...quem decide o que o sindicato vai fazer é a base" | José Eduardo Cardozo - ministro da Justiça

Na manhã desta sexta-feira (03/08), a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) realizou mais uma reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Com o objetivo de discutir e esclarecer os assuntos de interesse da categoria que estão sendo tratados com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e com o Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), este encontro também serviu para reclamar sobre o descaso e desinteresse que o governo tem apresentado durante as reuniões da mesa de negociação. Porém, antes de iniciar a audiência o ministro pediu que o encontro fosse o mais rápido possível, pois, estava aguardando somente um telefonema para comparecer a uma reunião de urgência no Palácio do Planalto. Para os representantes da FenaPRF isso prejudicou o objetivo da reunião.

Tendo que ser breve, o presidente da FenaPRF, Pedro Cavalcanti, iniciou sua apresentação reiterando o pedido para que o ministro seja mais participante e incisivo no apoio ao pleito da categoria junto ao governo federal. “Não estamos tendo avanço nas negociações, nem mesmo nas reivindicações que não geram impacto financeiro. O MPOG [Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão] só remarca reunião e nada de concreto é apresentado”, reclamou o presidente.

"a categoria está cada vez mais insatisfeita e desse modo, deflagrará uma greve geral" | Pedro Cavalcanti - presidente da FenaPRF

Cavalcanti informou que diante de tantas negativas e barreiras apresentadas sem justificativas plausíveis, a categoria está cada vez mais insatisfeita e desse modo, deflagrará uma greve geral. “Esse será um fato histórico dentro da Polícia Rodoviária Federal, pois, durante seus 84 anos de existência os policiais nunca fizeram uma greve geral”, acrescentou.

O ministro Cardozo disse que não duvida do descontentamento da categoria “tenho batalhado muito pela PRF [Polícia Rodoviária Federal] em todos os sentidos: compra de equipamentos, aumento do efetivo, inserção nas grandes operações de segurança pública…, mas reconheço que quem decide o que o sindicato vai fazer é a base”. No entanto, o ministro apelou para que os sindicalistas, em conjunto com a categoria, analisassem a situação em que o país se encontra por causa da crise econômica mundial. Na intenção de conter os ânimos dos representantes o ministro informou que o projeto de lei que trata da criação do adicional de fronteira foi assinado pela presidenta Dilma e já foi enviado ao Congresso Nacional para a aprovação.

Os representantes da FenaPRF contra-argumentaram dizendo que aumentar o orçamento, o efetivo, adquirir equipamento, reconhecer direitos trabalhistas, manter o policial motivado e inserir a PRF nas questões dos grandes eventos é obrigação do Governo. Todos foram enfáticos e esclareceram que o principal papel do sistema sindical é lutar por melhorias como: recomposição salarial, reestruturação do cargo e valorização da carreira. “A questão do adicional de fronteira faz parte do programa de governo, não faz parte da nossa pauta de reivindicações com o MPOG. Além de estar no atual projeto de governo é um direito trabalhista, está previsto na Constituição da República, e mesmo assim o governo reluta em concedê-lo”, acrescentou Renato, diretor parlamentar da FenaPRF.

Represantantes da FenaPRF e o ministro da Justiça

Sem mais espaço para o debate Cavalcanti finalizou dizendo que o governo Dilma tem dado os piores exemplos para os servidores públicos deste país. Recentemente, temos percebido que somente são apresentadas propostas para categorias que fazem greve. Já estamos negociando há mais de um ano e, até o momento, nenhuma proposta foi apresentada. “Motivos não nos faltam para afirmar que a decepção da categoria com governo Dilma é geral”, exclamou o presidente da FenaPRF.

Orientações aos sindicatos estaduais

Diante da insistência do governo em empurrar a categoria para uma greve geral, com a finalidade de recrudescer as ações que já estão sendo realizadas nos diversos postos de fiscalização do país, a FenaPRF encaminhou novas orientações aos 24 sindicatos filiados.

“Estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance. É reunião atrás de reunião com as mais diversas autoridades desse país, mas, o governo está demonstrando que não vai conceder qualquer benefício, nem aqueles que não geram impacto financeiro. É muito decepcionante perceber que somos uma categoria que nunca foi valorizada pelo governo. Por isso, acreditamos que os policiais rodoviários federais vão entrar definitivamente na luta e com certeza, realizaremos a primeira greve histórica da Polícia Rodoviária Federal”, declarou Cavalcanti.

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