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maio/2012

Morte de crianças no trânsito cai 60% após ‘cadeirinha’

Após entrar em vigor em setembro de 2010 o uso obrigatório da cadeirinha em veículos, as estatísticas de acidentes de trânsito com mortes de crianças de até sete anos – idade em que o uso do equipamento de segurança é obrigatório – têm reduzido.

Os órgãos de trânsito em Alagoas são enfáticos ao afirmar que foi o uso correto do dispositivo que diminuiu a incidência de acidentes fatais para os pequenos no Estado.Segundo Genilson de Freitas Lins, responsável pelo setor de estatísticas do Instituto Médico Legal (IML) Estácio de Lima, o número de mortes de crianças até 12 anos – o órgão não calcula de zero a sete anos – em acidentes nas estradas reduziu em 60% este ano se comparado ao mesmo período de janeiro a março de 2010, quando a lei do uso da cadeirinha ainda não estava valendo.No primeiro trimestre de 2010, foram sete mortes de crianças em acidentes automobilísticos, contra cinco casos em 2011 e apenas três em 2012.

A inspetora Mariana Silveira, do Núcleo de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) enfatizou que nas rodovias alagoanas não há dados significativos a respeito de acidentes graves envolvendo crianças de até sete anos em razão de as pessoas respeitarem mais a lei da cadeirinha em grandes percursos (viagens mais longas, que passem por rodovias federais ou outras estradas). Nessas situações, segundo ela, os pais se preocupam mais em proteger suas crianças.A PRF explica que o grande problema do não uso da cadeirinha ainda é dentro das cidades, porque as pessoas acreditam que em percursos mais curtos, como de casa para a escola, por exemplo, nada vai acontecer e negligenciam o equipamento. “O uso das cadeirinhas infantis, além de ser obrigatório, dá segurança e evita ferimentos”, alertou a inspetora.

Campanhas de saúde priorizam a dengue
No Brasil, enquanto o trânsito matou mais de 40 mil pessoas em 2010, com uma média recorde de 111 mortes por dia e uma alta de 8% com relação ao ano anterior, o Ministério da Saúde continua investindo em campanhas de combate à dengue, que na visão de especialistas mata muito menos que o trânsito. Em 2010, 592 óbitos foram registrados em decorrência da dengue.

Os dados são da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), ouvida pela reportagem da Tribuna Independente.Em Alagoas, 788 pessoas morreram vítimas do trânsito em 2010, e 863 em 2011. Este ano, de janeiro até o dia 10 de abril, conforme dados estatísticos do Instituto Médico Legal em Alagoas, o trânsito já matou 140 pessoas e não deve parar por aí. A reportagem conversou com especialistas de trânsito para saber o significado e os fatores responsáveis pelos números lamentáveis que engrossam a estatística de acidentes de trânsito com mortes no País.

Eles apontam três principais motivos: relaxamento da Lei Seca, falha humana, tecnologia introduzida no veículo – como celulares e GPS -, falta de educação no trânsito e a facilitação na compra de veículos.De acordo com o diretor da Abramet, Dirceu Rodrigues Alves, para combater a dengue se gasta um percentual absurdamente maior que na prevenção dos acidentes de trânsito, em que morrem milhares de pessoas e outras ficam sequeladas.

“Crescem as frotas, porém nenhum investimento para abrir espaço para se transitar. Como se não bastasse a precariedade com relação à educação de trânsito prevista no Código de Trânsito Brasileiro, que até hoje não foi aplicada. Ainda com Centro de Formação de Condutores com ensinamento precário, não permitindo o aprendizado das adversidades encontradas no dia a dia e sem uma educação continuada”, disparou o diretor.

Fonte: Tribuna Hoje

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