Por Carolina Malheiros
Nos dias 16 e 17 de janeiro aconteceu em Brasília, no Kubitschek Plaza Hotel, o primeiro Encontro Internacional de Entidades Nacionais dos Policiais dos Países de Língua Portuguesa. O evento contou com o discurso de abertura e desejo de boas vindas do presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (COBRAPOL), Jânio Bosco Gandra, que depois das apresentações prestou uma homenagem aos policiais falecidos com um minuto de silêncio. Também estiveram presentes na reunião representante da Associação dos Ex-Membros da Polícia da República de Moçambique (AEMPRM), Nazário Muambe, do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado da Paraíba (SSPC PB), Antônio Erivaldo Henrique de Souza, do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sinpol MG), Cláudio de Sousa Pereira, do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol), Armando Fernando Queiroz Ferreira e Nuno Alexandre Azevedo Martins, ambos de Portugal, da Associação de Cabos e Soldados Policiais Militares JAR (ACbSdPM JAR), João Domingues, da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF), Francisco Carlos Sabino, da Associação dos Praças do Estado de Santa Catarina (APRASC), Elizandro Lotin de Souza, além dos três representantes da Federação Nacional da Polícia Rodoviária Federal (FenaPRF), Lourismar da Silva Duarte, Deolindo Carniel e Renato Dias.
De acordo com Jânio, a ideia desse encontro se deu depois de um convite da Confederação dos Policiais Europeus para participação no encontro dos mesmos que acontece a cada dois anos. Durante essa visita o grupo de representantes das polícias dos países de língua portuguesa puderam perceber a troca de experiências entre as entidades representativas dos policiais dos países da Europa. Para Jânio, o Brasil, ainda enfrenta grandes lacunas em relação às entidades que congregam entidades sindicais dos países Europeus: “Depois de várias conversas com os países de língua portuguesa, descobrimos as lacunas que enfrentamos. Então temos que organizar nossas categorias e trocar informações com os colegas portugueses, realizar intercâmbios e assim por diante”, disse Jânio.
Os representantes das policiais sentem a falta de uma entidade supra sindical que possa ajudar a defender os interesses dos policiais e valorizar os mesmos. Eles alegam que precisam de uma ajuda por outro viés que vai além dos sindicatos, onde hoje, a maioria são vistos com outros olhos e mal interpretados. Jânio explica que não se trata de abrir mão das greves, ele alega que a categoria precisa de novas estratégias, estratégias inteligentes para negociar com o governo, isso tudo sem misturar ideologias partidárias. Sem querer um radicalismo, os policiais ressaltam que é preciso sim elogiar quando um político acerta, é preciso o reconhecimento.
Outra reivindicação do grupo que foi exposta e que se espera ser alcançada com a criação da associação é uma parceria com o governo para que o mesmo possa disponibilizar recursos para o aperfeiçoamento das polícias: “Queremos parcerias com o governo. Parcerias essas que pode vir do Ministério da Cultura, do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Então buscamos essas parcerias para realizarmos intercâmbios, ou seja, levar o policial para buscar aperfeiçoamentos, buscar novas técnicas. Não só trazer as coisas boas, mas também levar o que temos de melhor para os outros países”, destacou Jânio. A criação de um organismo que possa abrigar todas as forças das polícias é muito importante para um País como o Brasil. A Polícia Federal (PF), a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FENAPRF) e a Polícia Militar (PM) são alguns dos órgãos que se mostraram interessados na formação dessa associação supra sindical.
Além das questões citadas acima, estiveram em pauta também a aprovação da agenda de trabalhos, violência contra os policiais, direitos do Associativismo e sindicalismo na Polícia e como a solidariedade e parceria internacional podem ajudar a fazer face às dificuldades criadas no surgimento de associações e sindicatos da polícia, dentre outros. O local para o próximo encontro será em Lisboa no mês de julho e um Congresso deve ocorrer em Moçambique no ano que vem.
O evento serviu para troca de informações entre as categorias das polícias e em primeiro contato, o presidente da AEMPRM, se mostrou muito interessado em fazer parcerias com a Polícia Rodoviária Federal e com a FenaPRF para ajudar no aperfeiçoamento dos policiais de Moçambique.
O encontro foi finalizado com a visita do presidente da COBRAPOL Jânio e do presidente da AEMPRM, Nazário na sede da FenaPRF.
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