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jul/2012

RJ: Suspeitos de serem traficantes do Alemão furam bloqueio da PRF e são presos

A PM prosseguiu com as operações em favelas das zonas Norte e Oeste nesta quinta-feira, em busca dos outros acusados de envolvimento no ataque à sede da UPP Nova Brasília, no Complexo do Alemão. Cinco pessoas foram presas, uma morreu em confronto e três menores foram apreendidos. A polícia encontrou grande quantidade de drogas, além de pistolas, fuzis, granada e três carros roubados.

Na Via Dutra, quatro suspeito de serem bandidos do Alemão foram presos depois de furar um bloqueio da Polícia Rodoviária Federal. Eles trocaram tiros com os agentes e foram perseguidos. O grupo foi encontrado em meio à vegetação que margeia a via com cinco armas. O caso foi registrado na 94ª DP (Piraí).

Um jovem do Alemão foi detido e autuado por apologia. Ele teria divulgado na internet mensagens referentes à volta do tráfico para a favela e sobre a morte da PM. Moradores dizem que o clima está calmo, mas temem novos confrontos. “Depois da morte da policial, o pessoal da UPP está andando junto e parece estar mais ‘ligado’”, relatou comerciante. Um homem de 22 anos, que tinha mandado de prisão por roubo, foi capturado.

Prisão importante para investigação

Apontado por investigadores como líder do bando que atacou, segunda-feira, a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Nova Brasília, no Complexo do Alemão, Régis Eduardo Batista, o RG, se entregou à polícia às 23h de quarta-feira — o atentado culminou com a morte da soldado PM Fabiana Aparecida de Souza, 30 anos. Ele também seria um dos responsáveis pela queda do helicóptero da PM, em 2009, no Morro dos Macacos.

“Ele é um elemento importante na nossa investigação. Acredito que a prisão dele ajuda a entender a dinâmica do ataque no Alemão”, avalia o delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios (DH).

Dono de extensa ficha criminal, onde constam 27 mandados de prisão, RG se entregou aos agentes num posto de gasolina no bairro Maria da Graça, na Zona Norte, na companhia de um advogado e um pastor. Na DH, onde prestou depoimento durante a madrugada de ontem, ele negou as acusações. “Ele praticamente ‘passeou’ por todo o Código Penal”, afirmou o delegado.

De acordo com as investigações, o bando que ajudou RG no ataque à UPP é formado por criminosos investigados por roubos, principalmente na região de Costa Barros, onde o acusado se escondeu quando fugiu do Alemão durante a ocupação da polícia, no fim de 2010.

Em seu novo reduto, o Morro do Chapadão, RG virou um dos homens de confiança do chefão do pó Luís Fernando Nascimento Ferreira, o Nando Bacalhau. Lá, teria montado um novo grupo de ladrões de veículos. Segundo o delegado Rivaldo Barbosa, apesar de admitir que saía da favela para praticar os crimes, RG negou participação no ‘Bonde do Mão’, uma das mais violentas quadrilhas da Zona Norte.

Considerado pelos investigadores como truculento, Régis ainda figura em seis inquéritos da DH por assassinatos, inclusive, de policiais. Entre os 27 mandados de prisão, constam investigações por tráfico, latrocínio, lesão corporal e roubos, entre outros.

O delegado ressaltou que RG admitiu participação no tráfico do Morro da Fé, na Penha, que tinha ligação com quadrilha da Vila Cruzeiro. O criminoso também buscou refúgio na Mangueira, Morro do Juramento e em favelas da Região dos Lagos. A PM está à procura dos suspeitos Ilan Sales, o Capoeira; Alan Montenegro, o Da Lua; e Fernando Batista, o Alemão. O Disque-Denúncia (2253-1177) já recebeu 60 ligações sobre o ataque à UPP.

Honras militares

O corpo da soldado Fabiana Aparecida foi sepultado com honras militares na manhã desta quarta-feira no Cemitério Riachuelo, em Valença, no Sul Fluminense. Cerca de 500 pessoas, entre parentes, amigos e policiais participaram do cortejo.

Fonte: O Dia

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