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nov/2013

Sem efetivo e meios para cuidar do que tem, 1º DRPRF/DF quer fiscalizar novos trechos de rodovia federal

Na semana passada, a diretoria do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Distrito Federal (SINPRF/DF), foi noticiada com alguns boatos que versavam de possível incorporação de trechos da BR-020 à malha viária sob a circunscrição do 1º Distrito Regional de Polícia Rodoviária Federal (1º DRPRF/DF). As localidades abrangidas nestes trechos estão, até então, dentro das circunscrições das superintendências da PRF na Bahia e Goiás.

Isto poderia se tratar apenas de rumores ou meros boatos, coisa não incomum para o momento dentro da PRF, a prova disso é a questão da escala de serviço que cada dia tem uma nova especulação. No entanto, após esses boatos, em recente reunião realizada com o SINPRF/DF, o Chefe do 1º Distrito externou sua intenção, com relativa possibilidade de êxito, sobre a transferência de trechos de rodovias da Bahia e Goiás para o 1º Distrito.

Mesmo sendo defendida pelo Chefe do 1º Distrito como uma anexação “virtual”, que, segundo ele: isso aumentaria muito pouco a demanda dos policiais rodoviários federais lotados no Distrito Federal, o presidente do SINPRF/DF, Reni Rocha, por motivos óbvios e inúmeros, posicionou-se plenamente contrário a tal possibilidade.

Reni Rocha ressaltou que o efetivo operacional do 1º Distrito não é suficiente para atender as demandas da atual malha viária. “Rodovias como a BR-080, BR-251, e principalmente, a BR-070 – dado o volume de veículos que ali trafegam – são demasiadamente mal assistidas pela PRF, sendo atendidas de forma precária somente as demandas de acidentes, inexistindo praticamente o policiamento e fiscalização”.

De acordo com o SINPRF/DF, a instalação de um posto de fiscalização da PRF na BR-070, há muito se faz necessária, pois o trecho dessa rodovia que corta o DF ainda continua sem o devido amparo por parte do 1º DRPRF/DF. “E isso acontece mesmo tendo um posto da Secretaria de Fazenda do DF já cedido para a PRF, e mesmo conhecendo as carências e necessidades de um dos trechos mais problemáticos de rodovia federal no país”, desabafou Reni.

Mas os problemas de atendimento às demandas dos usuários da via não ocorrem apenas na BR-070. O trecho da BR-251 fica praticamente entregue à sorte dos acontecimentos, pois a PRF somente consegue atender os acidentes. Assim, o trabalho preventivo e ostensivo fica apenas e também no planejamento “virtual”. Um trecho da BR-080, dentro do estado do Goiás, caiu “no colo” do efetivo por mera liberalidade de gestores anteriores e “sem nenhum aporte ao posto de fiscalização Zarzur Pacheco, na saída para Goiânia, que o viabilizasse a atender as pretensões e demandas das localidades abrangidas”, disse Reni.

“O trecho da BR-080 dentro do DF encontra-se entregue à Polícia Militar por pura e simples insuficiência de recursos humanos e materiais”, destacou Reni ao ressaltar alguns dos vários problemas que a gestão do 1º Distrito finge desconhecer.

“Não é muito lembrar que somos uma das poucas, se não a única regional da PRF, que atende trechos de rodovia de outras unidades federativas. Como é sabido também, a nossa maior competência fica no estado de Goiás, mesmo tendo tantas necessidades nos trechos do DF tratadas à revelia pela administração pública”.

Reni ainda disse que a impressão que fica é que “tirar leite de pedra” tornou-se um capricho dos gestores da PRF, pois, diante de qualquer pretensão, “mesmo se sabendo da falta de recursos e meios para o desenvolvimento básico do trabalho ordinário como a ausência de serviço de remoção/guarda de veículos e sistemas da PRF inoperantes ou funcionando de maneira precária”.

“Sabemos que essa pode ser uma tentativa de se aumentar a malha viária com o objetivo de melhorar a posição do 1º Distrito ante os critérios esdrúxulos estabelecidos pelo DPRF para distribuição de recursos financeiros e cargos de chefia entre as regionais. Por enquanto trataremos boato como tal, contudo já é sabido que rumores inexoravelmente costumam ganhar contornos mais reais em se observando a história da PRF”, concluiu Reni.

Assim, o SINPRF/DF informa que permanecerá alerta para qualquer intenção do Chefe do 1º Distrito que, à revelia da categoria, prejudique ou possa vir a prejudicar os policiais rodoviários federais através da degradação das condições de trabalho.

Fonte: SINPRF/DF.

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