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mar/2012

Sem nomear interlocutor, governo mantém paralisadas negociações com servidores

As relações entre servidores e o governo da presidenta Dilma Rousseff seguem cada vez mais tensionadas. No dia 15 de fevereiro, quando lançou a Campanha Salarial 2012, a categoria recebeu a informação de que logo após o carnaval o Ministério do Planejamento iria nomear um interlocutor para assumir os processos de negociação que desde o falecimento do secretário de Recursos Humanos, Duvanier Paiva, estão completamente paralisados. É em meio à total falta de avanços nos debates que envolvem a agenda de reivindicações dos servidores que a categoria segue sua agenda de atividades discutindo processos de mobilização em busca do atendimento das demandas mais urgentes do setor. No dia 15 de março um Dia Nacional de Lutas acontece em todo o Brasil. Nos locais de trabalho servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário devem realizar assembléias e promover atividades de mobilização que vão preparar os servidores para uma grande marcha que acontecerá em Brasília no dia 28 deste mês. Enquanto isso, as críticas severas ao tratamento que o governo tem dado aos servidores só vêm aumentando.

“O governo brasileiro já encontrou até petróleo nas profundas camadas de pré-sal de nossos oceanos, só não consegue encontrar um substituto para a Secretaria de Recursos Humanos. Isso é um absurdo”, avalia Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Condsef. A tensão tem aumentado e os ânimos estão se exaltando. Nesse clima de tensão as 30 entidades nacionais que compõem a Campanha Salarial 2012 convocam o fortalecimento da mobilização e reforço da unidade, fundamentais para definir uma linha de ação capaz de pressionar o governo a sair da inércia e deixar de ignorar os problemas do serviço público. Além da participação em massa no Dia Nacional de Lutas, a Condsef convoca suas entidades filiadas a concentrar forças e reforçar a marcha a Brasília. “Nossa resposta deve ser dada nas ruas com os servidores mobilizados, impondo respeito contra essa atitude do governo Dilma de virar as costas para o funcionalismo”, desabafa Silva.

Greve geral – No início de abril os servidores que participam da Campanha Salarial 2012 vão debater a necessidade de se iniciar uma greve geral por tempo indeterminado. Diante da completa falta de avanços nos processos de negociação, a paralisação de atividades não está descartada. A base da Condsef, que congrega 80% dos servidores do Executivo Federal, realiza no início de abril uma Plenária Estatutária que reúne representantes de todo o Brasil. De lá sairá uma decisão a respeito da greve. Para a entidade, caso o governo não apresente logo o nome do novo interlocutor e encare com seriedade o processo de negociações com os servidores, o caminho natural da luta da categoria pelo atendimento de suas reivindicações será o da paralisação.

Fonte: Condsef

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