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maio/2012

SINPRF/MT: Forças federais imploram por estrutura

Agentes federais no Trevo do Lagarto em Várzea Grande/MT

O Trevo do Lagarto em Várzea Grande foi palco de mais uma mobilização de agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RF), em protesto contra o abandono do governo em relação à fiscalização da fronteira do Brasil com a Bolívia.

O evento, chamado de “Dia de Mobilização em Defesa das Fronteiras do Brasil”, terceira edição, foi organizado pela Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita), com a finalidade de revelar a preocupante e intolerável situação em que se encontram os servidores que atuam na zona de fronteira e regiões inóspitas do País.

Além da falta de investimentos em infraestrutura e equipamentos de TI (Tecnologia da Informação), que melhoraria o combate contra traficantes e contrabandistas, os agentes da PRF reclamam da falta de efetivo e incentivo para permanecerem na região. Atualmente, são somente 450 policiais rodoviários federais para todo o Mato Grosso.

O Sindicato dos Policiais Rodoviários no Estado do Mato Grosso (SINPRF/MT) relata que em 2009, cerca de 200 novos policiais foram lotados no estado, mas o Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF) já transferiu todo esse efetivo para outras Unidades da Federação.

Para Marco Aurélio Amorim, vice-presidente do SINPRF/MT, o Governo precisa parar de enganar a sociedade com operações provisórias na zona de fronteira. “O problema do tráfico e contrabando na fronteia é diuturno, não adianta tapar o sol com peneira. Sem investimentos concretos nas áreas de pessoal, infraestrutura, equipamentos e tecnologia de ponta o Governo não irá diminuir a ação criminosa na fronteira.” afirmou.

Amorim lembrou que em 2001 haviam 5 Postos de fiscalização da PRF na região da fronteira. Hoje só existem 3, barreira do Limão e Comodoro foram desativados por falta de efetivo.

E ainda reclamou que em 2011, o Governo Federal fez o lançamento de mais um plano de combate ao crime na fronteira – ENAFRON, mas até agora o projeto não saiu do papel. Nada do prometido foi investido para melhorar o policiamento na região.

Pelas mesmas situações passam a Polícia Federal e Receita Federal na região de fronteira. Por isso, as três categorias se uniram em protesto, pois, sem efetivo e condições de trabalho é impossível combater o elevado índice de criminalidade na fronteira.

Falta de efetivo e condições de trabalho são os maiores problema na PRF

Dados da PRF apontam que é em Mato Grosso que acontece cerca de 30% das apreensões de cocaína em todo o país. No ano passado, foram apreendidos cerca de 6.000 quilos de cocaína, desse total, 1.952 quilos foram no MT.

Até o mês de abril de 2012, somente os agentes da PRF apreenderam no Mato Grosso, 698 quilos de cocaína e 304 de maconha. Toda essa droga seria distribuída Brasil afora e/ou levadas a outros países. Esses números chamam a atenção, pois são apreensões somente da PRF e, se somados às apreensões dos agentes da PF e RF o total deverá ser dobro do informado.

Veículos recuperados

O número de veículos recuperados pela PRF na região de fronteira dobrou no 1º quadrimestre de 2012, em relação ao mesmo período de 2011. Até abril a média verificada foi de um veículo recuperado por dia. Todos esses veículos seriam levados para a Bolívia. Para o policial Amorim, o aumento reflete a flexibilização da lei boliviana que possibilitou a regularização de veículos roubados/furtados no Brasil. “Com isso, muitas quadrilhas estão tentando levar mais carros para a Bolívia a fim de regularizá-los.” ressaltou.

Apesar do crescimento no índice de furto/roubo de veículos no País, Amorim afirma que esse número poderia ser muito maior caso os policiais rodoviários federais não se superassem diante de tantos problemas administrativos e logísticos. “Em termos de identificação veicular, o maior problema enfrentado é a falta de estrutura nos Postos da PRF. O ideal seria que, além de equipamentos adequados, todos os Postos tivessem rampas e/ou elevadores para veículos. Por outro lado, sem efetivo, isso também não resolveria.” reclamou.

Com informações do SINPRF/MT

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