Os militares saem na frente para conseguir reajuste em 2013. Integrantes da equipe econômica avaliam que diminuem cada vez mais os espaços para segurar o aumento na caserna. Dados do Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento mostram que a participação dos militares no total das despesas da União, considerando os gastos dos três Poderes, vem diminuindo desde 2002, mesmo com aumento do seu contingente, enquanto a dos servidores civis em geral só aumenta.
Em 2002, último ano do governo tucano, o custo com o pessoal dos quartéis correspondia a 26,6% do total despendido pela União com o funcionalismo. No fim de 2011, esse percentual caiu significativamente, para 19,9%, com 9% de integrantes a mais. Já a participação das despesas com os servidores civis do Executivo passou de 52,7% para 56,7% no mesmo período, com o quantitativo aumentando menos, 6%.
O valor médio gasto pelo governo para cada militar também ficou para trás na comparação com os demais servidores, mesmo considerando os aumentos expressivos do salário mínimo pago aos soldados que prestam serviço militar obrigatório. Em 2002, a média era de R$ 2.411 por militar para R$ 2.784 gasto pelos civis. Em março de 2012, cada militar passou a consumir R$ 4.742, uma variação de 97%, enquanto os civis passaram para R$ 6.681, alta de 140%. Em relação ao Judiciário e ao Legislativo, a diferença é muito maior.
Para conter a insatisfação nos quartéis, o governo designou um grupo de trabalho com membros dos ministérios da Defesa e do Planejamento para elaborar a proposta de aumento. Ainda não há nada definido quanto ao percentual e como será dado. O último reajuste da categoria foi em 2008.
Os salários de oficiais-generais variam de R$ 16,6 mil a R$ 19 mil, incluídas as gratificações da carreira. Um major recebe R$ 11 mil e um coronel, R$ 13 mil. Os tenentes têm remuneração de R$ 6,6 mil e R$ 7,2 mil. Como não podem fazer greve, a pressão por aumentos vem dos familiares dos militares, principalmente no Congresso. Há também um movimento forte nos bastidores para elevar as remunerações. Os dirigentes das Forças Armadas não escondem a insatisfação e pressionam em público a presidente Dilma Rousseff, nas solenidades em que ela comparece.
Fonte: Correio Braziliense