Rejane Maria da Rosa é servidora pública e desenvolve suas atividades na superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio Grande do Sul. A servidora faz parte do quadro administrativo desde 1991, quando foi removida do Ministério da Aeronáutica para a PRF. Rejane participou das discussões de preparação e criação da Associação Nacional dos Servidores de Apoio Logístico da Polícia Rodoviária Federal (ANSAL) e há 12 anos faz parte ativamente da entidade, sempre lutando por melhores condições de trabalho para a categoria.
Atualmente Presidenta da Ansal, a Sra. Rejane Maria conversou com a FenaPRF sobre a greve dos funcionários administrativos e como estão as negociações com o Governo.
Acompanhe abaixo a entrevista com a Sra. Rejane.
FenaPRF: Quando começaram os primeiros movimentos da categoria para a mobilização de estado de greve?
Rejane: Na reunião do dia 18 de junho de 2012.
FenaPRF: Atualmente, há quantos servidores administrativos nos quadros da PRF e quantos são filiados à ANSAL?
Rejane: Aproximadamente 900 servidores, incluindo ativos, aposentados e pensionistas. Dentre estes, 536 são filiados à ANSAL.
FenaPRF: Qual a importância dos servidores administrativos para o trabalho da Polícia Rodoviária Federal?
Rejane: Estes servidores são fundamentais para êxito das atividades do órgão, principalmente, porque entendemos que o segmento policial depende do trabalho dos servidores administrativos para desempenhar suas tarefas de forma eficiente e com peculiar qualidade.
FenaPRF: Faz quanto tempo que os servidores administrativos da PRF não possuem reajuste salarial e de benefícios?
Rejane: Desde 2008, quando foi proposto reajuste escalonado que terminou em 2010.
FenaPRF: Como as reivindicações da ANSAL, podem melhorar a prestação dos serviços realizada pelos Servidores Administrativos da PRF?
Rejane: A melhoria de salário e condições de trabalho ajudariam na autoestima dos servidores e consequentemente melhoraria a qualidade dos serviços prestados.
O Plano de Carreira e a aglutinação de cargos trariam tranquilidade e sem dúvida os servidores trabalhariam com mais vontade.
A principal bandeira de luta é o concurso público para a área administrativa. Quando se concretizar a PRF conseguirá lotar de imediato servidores policiais que estão na atividade administrativa, para a atividade finalística tirando-os do desvio de função. Isto também possibilitaria aos administrativos o descanso merecido, pois muitos têm tempo para aposentar-se, porém não conseguem por medo da extinção.
FenaPRF: Quais as participações da ANSAL no processo de negociação com o Governo Federal?
Rejane: Temos junto à CONDSEF, o DESAP, Departamento de Segurança e Advocacia Pública. Há duas representantes que estão sempre alertas, defendendo os interesses dos servidores administrativos junto ao Governo.
Em todas as reuniões específicas dos servidores administrativos da PRF junto ao Governo a ANSAL está presente, através de suas representantes do DESAP.
FenaPRF: E junto ao DPRF, a ANSAL tem lutado por melhorias nas condições de trabalho e cumprimento dos direitos da categoria?
Rejane: Constantemente, porém não somos ouvidos. Há um descaso muito grande por parte da direção do DPRF. Acreditamos nas promessas da atual direção, porém a prática continua a mesma do passado. Estamos invisibilizados, passamos semanas ao telefone tentando conseguir agenda.
Toda conversa que tratamos com a Direção fica apenas em palavras não cumpridas, entrega de documentos que não são respondidos. Vou citar um exemplo;
No dia 05/06/12, encaminhamos o ofício nº 25/2012/ANSAL, à diretora geral do DPRF, Maria Alice Nascimento Souza, solicitando esclarecimentos sobre a IN 09/2012, que no artigo 16 fala da obrigatoriedade do uso do traje social para todos os servidores administrativos do DPRF. Até o presente momento não recebemos resposta. Geralmente, somos tratados dessa forma.
FenaPRF: A ANSAL acredita que o Governo Federal está empurrando os servidores públicos para uma greve geral?
Rejane: Tenho certeza que sim. Nós já não temos muito o que perder, temos o não do Governo e precisamos lutar pelo sim. A Greve é um dos instrumentos que abrem as negociações, porque temos reuniões sem respostas, apenas enrolações.
Fotos das mobilizações e participações da ANSAL no movimento paredista:
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