Servidores de agências reguladoras federais anunciaram hoje (16) que estão em greve por tempo indeterminado, em protesto por reestruturação da carreira e melhores condições de trabalho. Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências), também aderiram à paralisação os servidores do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Participam do movimento dez agências reguladoras, mas a greve começou, efetivamente, na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o Sinagências, as demais autarquias especiais devem iniciar o movimento de paralisação até o fim do dia.
Segundo o Sinagências, aproximadamente 30% dos servidores da sede da Anvisa, em Brasília, aderiram à greve. O sindicato estima que 50% dos funcionários da agência tenham aderido, em todo o país. Os organizadores também acreditam que a adesão seja de 40% dos servidores na Aneel e de 30% na Antaq. “A expectativa é que, até o final do dia, a gente tenha um desenho do percentual de adesão”, disse João Maria Medeiros, presidente do Sinagências.
Os grevistas se reunirão na Esplanada dos Ministérios amanhã (17), de acordo com o sindicato, para visitar o Congresso Nacional e fortalecer o movimento junto aos deputados e senadores.
Conforme o presidente do Sinagências, João Maria Medeiros, os grevistas reivindicam igualdade com as outras carreiras de Estado e subsídio como remuneração, “porque é a forma como o governo paga as carreiras estratégicas, a exemplo de deputados e senadores”, além de outras mudanças institucionais. “Queremos fortalecer a carreira, nossa carreira hoje é muito frágil”, afirmou.
A paralisação também é um protesto contra o sucateamento, de acordo com os servidores. “Falta pessoal, faltam concursos. Lutamos contra a politização nas agências. Queremos que a ocupação dos cargos de diretoria seja feita por lista tríplice, à qual serão indicados apenas pessoas do quadro permanente”, disse o diretor de comunicação do sindicato, Ricardo Holanda.
De acordo com Rafael Athan, servidor da Anvisa, essa é a primeira vez que uma greve é feita na sede. Normalmente, explicou, o movimento se iniciava nos outros estados, que possuem portos e têm mais impacto na economia. “Hoje, de mil servidores que a gente tem aqui na sede, desceram [para a entrada do prédio] uns 250, sem contar os que estão de férias. A sede não vai querer ficar de fora, ainda mais porque outras agências estão parando”.
Fonte: Agência Brasil