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set/2012

Um ano da nova administração da PRF em SC

No último dia 18 de agosto, completou-se um ano do início da nova gestão da 8ª SRPRF/SC. Apesar das grandes expectativas e das muitas promessas, até o momento poucos foram os avanços alcançados. Em razão disso, a Diretoria do SINPRF/SC entende como imprescindível abordar e socializar tal assunto com os companheiros.

Em seu primeiro dia no exercício do cargo o novo  Superintendente reuniu o efetivo da Sede e afirmou que inicialmente iria “realizar um diagnóstico detalhado do atual estágio da PRF no Estado e, gradativamente, promover alguns ajustes no sentido de aprimorar a qualidade e a eficiência dos serviços prestados aos cidadãos usuários da malha rodoviária federal barriga verde”. Ainda segundo o material de divulgação da assessoria de comunicação divulgado à época, disse que promoveria o reforço do “policiamento ostensivo das rodovias federais com o fim de coibir e reprimir condutas capazes de comprometer a segurança no trânsito, bem como de contribuir para a contenção do crescimento da criminalidade relacionada ao tráfico de drogas e de armas de fogo”.

Porém, não foi bem isso que aconteceu, muito pelo contrário. Na realidade, iniciou-se um processo de mudanças precipitadas, as quais logo se mostraram equivocadas. Não houve uma transição madura e responsável quanto às alterações na equipe de trabalho, notadamente no tocante aos ocupantes de funções de chefia. O caso do Núcleo de Documentação e da Seção de Policiamento e Fiscalização são marcantes nesse sentido, sendo que na primeira situação o novo chefe designado sequer chegou a assumir e, no segundo, a chefia foi confiada a um policial vindo de outro Estado (remoção ex officio com pagamento de ajuda de custo) que em pouquíssimo tempo foi removido para assumir outra chefia em Joinville e, tempos depois, mais uma vez, deixou Santa Catarina, tudo isso em cerca de três meses.

A Seção Administrativa e Financeira também é um caso sui generis e que demonstra o total desconhecimento da então nova administração sobre a complexidade e a realidade da área. Num primeiro momento, houve o enxugamento do número de servidores sob o argumento de que era “muita gente”, depois houve a divulgação de uma justificativa prévia para eventuais insucessos futuros responsabilizando a gestão anterior e, mais adiante, a recomposição da equipe com mais servidores do que no período anterior, inclusive com o retorno de policiais que haviam sido removidos para a 1ª Delegacia. Até água para beber faltou por vários meses na Sede. Para contribuir na reversão desse caos, foi preciso o deslocamento de uma servidora da 7ª SRPRF/PR para, literalmente, ensinar o serviço conforme consta em referência elogiosa publicada em Boletim de Serviço.

Quanto à parte operacional, muitas das promessas feitas sequer foram para o papel. Sair desse estágio então, nem pensar. Quais foram as conclusões das comissões constituídas para deliberar sobre a circunscrição, infraestrutura e reestruturação das unidades especializadas (NOE, CMR, DOA, CIOP)?

A atual gestão fez ruir o elevado grau de qualidade do Núcleo de Operações Especiais, reconhecido pela DCC e por outras instituições. Além disso, pôs fim ao projeto pioneiro e de reconhecida relevância do trabalho de policiais rodoviários federais em conjunto com socorristas voluntários na prestação de serviços de atendimento pré-hospitalar de vítimas de acidentes. O trabalho com cães farejadores que vinha se consolidando também foi ignorado, perdendo-se todo o investimento que a administração (sociedade) realizou na formação dos policiais-guias e no trato com os animais. Até o Corpo de Motociclistas quase acabou…, mas felizmente houve a intervenção da Diretora-Geral e mais esse absurdo não materializou.

A mudança da sede da 4ª Delegacia de Rio do Sul para Itajaí ainda é nebulosa, não se sabendo ao certo as razões que ensejaram essa situação. Mais estranho ainda foi a criação de um posto avançado(?) para além da rodovia federal BR-101 (isso mesmo, a nova unidade operacional de Itajaí encontra-se instalada na Avenida Vereador Abrahão João Francisco, também conhecida como Avenida Contorno Sul, cerca de 600 metros distante da BR). A estranheza é maior ao se lembrar que logo que a nova gestão teve início, foi desativado o posto de São Francisco do Sul tendo como um dos argumentos a falta de efetivo, porém, agora, nada mudando em relação ao quadro de policiais, criou esse novo posto fora da área de atuação da PRF. A pergunta que não quer calar: é assim, dividindo recursos já demasiadamente escassos, que se otimiza capitais humanos e materiais e se aumenta a eficiência da Polícia Rodoviária Federal?

O descaso, a falta de respeito e de consideração com a figura humana do servidor também tem acontecido, com destaque para as movimentações não dialogadas ou, sequer, informadas antecipadamente. Desde o início da atual gestão existem policiais que tiveram suas lotações alteradas mais vezes do que em todo o período anterior de mais de cinco anos na instituição, havendo casos de mudanças de uma semana para outra. Outros companheiros, apesar do elevado grau de capacitação e da experiência, após a posse do Inspetor Vasques, não mais foram convidados a integrar missões como, por exemplo, a Operação Sentinela, provavelmente por não serem “amigos do rei”.

Por fim, não se pode deixar de mencionar as promessas para a construção de postos em Água Doce (anunciado para iniciar a funcionar em janeiro de 2012), e Joaçaba, além da Delegacia de São Miguel do Oeste que nunca mais se teve notícia. Qual a verdade?

A Diretoria do SINPRF/SC, com a finalidade de atender as disposições estatuárias em busca do aprimoramento das condições de trabalho e de valorização da categoria dos Policiais Rodoviários Federais, ressalta que as manifestações ora apresentadas transparecem a sua total independência e autonomia em relação à administração da 8ª SRPRF/SC.

Fonte: SINPRF/SC

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