A forte desaceleração da economia levou a Receita Federal a refazer as projeções para a arrecadação de tributos neste ano. Em vez de expansão entre 3,5% e 4% acima da inflação, agora o Fisco aposta em aumento de 1,5% a 2%. Segundo a secretária adjunta do órgão, Zayda Bastos Manatta, a realidade está falando mais alto e não há como acreditar em um resultado tão expressivo. Essa foi a segunda vez que o Leão reduziu as estimativas. No início do ano, quando o governo ainda assegurava que o Brasil passaria incólume pela crise mundial, a meta era amealhar receitas de R$ 1,025 trilhão, com incremento real de 5%.
Os dados de agosto foram vitais para que a Receita se conscientizasse de que o quadro atual é de dificuldade. Sobretudo para o setor produtivo, com faturamento em queda. As receitas totalizaram R$ 75,5 bilhões, recuando 8,13% em relação a julho (R$ 82,1 bilhões) e 1,74% ante o mesmo mês do ano passado (R$ 76,8 bilhões). No acumulado do ano, entraram nos cofres públicos R$ 655,6 bilhões, alta de minguado 0,91%. Apesar desse resultado nada animador, diante do forte aumento de gastos da máquina federal, Zayda se mostra otimista. “A gente não está trabalhando com o que vai ocorrer em setembro e outubro, mas, sim, com um crescimento no ano. O efeito da economia na arrecadação não é de um mês para outro”, justificou.
Fonte: Correio Braziliense