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out/2012

Miriam avisa que não cabe aumento maior ao Judiciário

Governo não quer alterar propostas de reajustes enviadas ao Congresso

Em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO) para falar  sobre a proposta do Orçamento da União de 2013, a ministra do  Planejamento, Miriam Belchior, disse ontem que o governo não poderia  enviar proposta de reajuste para o Judiciário e o Ministério Público da  União (MPU) com índice maior do que o acertado com o Executivo e o  Legislativo. A proposta geral do governo foi de reajuste de 15,8% em  três anos, a partir de 2013. A declaração foi uma reação antecipada da  ministra às pressões de bastidores do Judiciário e do procurador-geral  da República, Roberto Gurgel, para que o Congresso aprove reajustes mais  elevados.

Ao falar dos reajustes, Miriam disse que as negociações  com os servidores do Executivo foram “excelentes” e classificou apenas  como “boas” as negociações com o Judiciário.

– Sobre o Judiciário,  houve um entendimento de que não tínhamos condições de apresentar  proposta diferente daquelas apresentadas ao Executivo e ao Legislativo. O  Judiciário entendeu a situação, mas explicitou que tentaria ir além, no  Congresso – disse a ministra.

Em resposta ao MPU, Miriam disse  que os procuradores têm a maior média salarial dos três Poderes e que a  proposta de 15,8% era adequada:

– A média salarial do MPU é de R$  17 mil; do Judiciário, de cerca de R$ 11 mil; e do Executivo, de R$ 8  mil. Ou seja, é mais do que o dobro da do Executivo. Então, preservar o  poder de compra para os próximos três anos me parece uma boa proposta.

Assim  como os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria  Geral da República (PGR) também enviou ao Congresso proposta para  reajuste de 7,12% nos vencimentos do procurador-geral em 2013, com  impacto nos membros do MPU da União. Esse reajuste de 7,12% faria os  vencimentos dos ministros do STF subirem para R$ 28,7 mil, teto salarial  dos três Poderes.

Mas os servidores do Judiciário e do MPU se  preparam para reforçar o lobby no Congresso com o objetivo de que seja  aprovado um reajuste maior ainda, o que faria o teto salarial dos  Poderes saltar para R$ 34,4 mil.

O governo já disse a seus aliados  que não quer ver alteradas as propostas de reajustes. No total, o  impacto dos reajustes será de R$ 10,2 bilhões nos três Poderes, chegando  a R$ 12,9 bilhões com os servidores terceirizados. Em 2013, os gastos  diretos com salários dos três Poderes chegarão a R$ 208 bilhões, caso  todos os reajustes sejam aprovados.

Fonte: O Globo

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