Deu na coluna de Berenice Seara do jornal “Extra”: “Beltrame lava as mãos: destino de Erir é de Cabral”. O secretário de Segurança José Mariano Beltrame levou ao governador Sérgio Cabral seu descontentamento com a crise de comunicação da PM. E deixou com Cabral a decisão de trocar ou não o comando da corporação. O comandante, coronel Erir Costa Filho, assumiu em novembro de 2011. Em sua gestão, a maior crise foi o despreparo das tropas de Controle de Distúrbio Civil (CDC) da PM, desde o acirramento dos protestos em junho. Como este blog já havia dito faltou comando e uma estratégia que produzisse menos danos. A imagem da PM está no chão.
Beltrame listou o que considera os pontos mais graves da gestão da crise: os abusos cometidos por policiais do Batalhão de Choque no enfrentamento dos protestos na Zona Sul, a má gestão do Twitter da PM e as discussões com a Alerj e com a OAB.
Segundo a nota de Berenice, Cabral pediu mais tempo para analisar todos os argumentos. O governador considera Erir “leal ao governo”. Diz a nota que Cabral deverá atender o secretário de Segurança, que conseguiu manter ilesa sua imagem, apesar da crise de comunicação da PM.
De fato, o governador Sérgio Cabral em entrevista à imprensa esta semana afirmou que Beltrame é o responsável pela política de segurança do estado. Ao que tudo indica, o comandante-geral da PM passou por cima de Beltrame e falou diretamente com o governador, no auge da crise.
Outro indício de que pode haver mudança no comando da PM é justamente a mudança de estratégia da polícia, que anteontem evitou o confronto com os manifestantes, no Leblon. A atitude dos policiais foi na direção oposta das orientações do comandante do Batalhão de Choque, apoiadas pela cúpula da PM, que prevaleceram desde o recrudescimento dos conflitos entre a polícia e os manifestantes, a partir de junho.
Fonte: Blog Repórter do Crime