15

maio/2014

Brasil intensifica ações de segurança e defesa durante a Copa

A Abin avaliou, todas as instalações das 12 cidades-sede da Copa, como aeroportos, hotéis, estádios e centros de treinamento

Órgão, instalado na sede da Abin, concentrará todas as informações do sistema de inteligência

A Copa do Mundo já começou para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que inaugurou no início desta semana o Centro de Inteligência Nacional (CIN). Representantes de mais de 20 órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) estiveram presentes a inauguração do evento. O órgão coordenará toda a atividade de inteligência durante o Mundial e funcionará 24 horas por dia até o dia 15 de julho.

Doze centros de inteligência regionais (CIRs), um em cada sede, acompanharam a reunião por videoconferência, entrando imediatamente em funcionamento. Além de profissionais da Abin e do Sisbin, parceiros estaduais e municipais, como polícias militares, corpo de bombeiros, entre outros, farão parte das estruturas regionais.

O CIN concentrará todas as informações do sistema de inteligência e está instalado em uma ampla sala de situação na sede da Abin, em Brasília (DF). O local conta com profissionais de órgãos ligados à inteligência, defesa e segurança pública da Copa.

Os locais ligados à competição são acompanhados em tempo real e informações são recebidas de diversas frentes: desde um informe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre o fechamento de uma via de acesso estratégica até dados climáticos do Instituto Meteorológico Nacional (Inmet) prevendo um temporal – e, consequentemente, complicações no trânsito.

Ao todo são 17 centros coordenados pela Abin: o CIN, um CIR em cada uma das 12 cidades-sede, três centros locais, e um centro de inteligência de serviços estrangeiros. A estrutura servirá para assessorar decisões executivas em âmbito federal e estadual.

Durante a Copa das Confederações do ano passado, o CIN produziu, em 48 dias de funcionamento, mais de 170 relatórios, que subsidiaram as ações de segurança da competição.

Preparação

A Abin vem implementando ações de inteligência para a Copa há cerca de três anos. Na fase de planejamento e preparação para o evento, a agência produziu mais de 200 avaliações de risco, buscando identificar ameaças e vulnerabilidades e sugerir melhorias para a estrutura de segurança e defesa.

Todas as instalações das 12 cidades-sede da Copa, como aeroportos, hotéis, estádios, centros de treinamento foram avaliadas pela agência. Os últimos relatórios de avaliação foram entregues no início de maio aos 12 governos estaduais e aos Ministérios da Defesa e da Justiça.

A agência também é responsável pela pesquisa de segurança para fins de credenciamento e controle de acesso aos locais do evento. Estima-se que 500 mil nomes serão consultados. Todas as pessoas que necessitarem portar uma credencial para entrar em área restrita dos estádios serão pesquisadas, entre elas funcionários terceirizados, servidores públicos de órgãos essenciais, segurança privada, voluntários, funcionários da Fifa e fornecedores.

O objetivo é identificar pessoas que possam representar algum tipo de ameaça ao evento. Para se ter uma ideia, nas Olimpíadas de 2012, o governo britânico pesquisou quase um milhão de nomes que necessitavam portar credencial.

Fortalecimento na fiscalização nas fronteiras com Bolívia e Paraguai

Também com o objetivo de aumentar a segurança antes e durante a Copa do Mundo de 2014, militares do Exército Brasileiro vão intensificar a fiscalização na fronteira Oeste do País, nos limites com o Paraguai e a Bolívia. A ação inclui a vistoria de veículos, principalmente ônibus que transportarão torcedores para o evento. O objetivo é inibir a entrada de drogas, armas, munições, explosivos, entre outros ilícitos, nas cidades.

O anúncio da ação foi feito pelo chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, durante visita a um dos postos de bloqueio e controle de estradas (PBCE) montados para a Operação Ágata 8 na cidade de Ponta-Porã (MS).  Para o general, o estado do Mato Grosso do Sul representa uma importante área de fronteira seca do País. O chefe do EMCFA ressaltou que a operação Ágata 8 faz parte de um contexto maior, no âmbito das ações de segurança da Copa do Mundo. “Isso aqui não é um exercício, é real”, afirmou.

O PBCE é uma atividade prevista nas diretrizes da Ágata 8. Nela, militares atuam em parceria com agentes da Polícia Federal e da Receita Federal, na fiscalização, vistoria e patrulhamento das estradas de municípios fronteiriços. Além de tropa, cães farejadores participam da ação.

Scanner

O Comando Militar do Oeste (CMO), com sede em Campo Grande (MS), anunciou a aquisição de um scanner de carga para intensificar o monitoramento na região de fronteira. O equipamento, já utilizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), tem capacidade para revelar ilegalidades tanto em veículos como em pedestres. O investimento será de R$ 3,5 milhões.

“Equipamentos como esse são fundamentais para conter ilícitos”, afirmou o chefe do Centro de Operações do CMO, general Elias Rodrigues Martins Filho.

 Polícia faz simulado de situação de risco em Curitiba

Seguindo os testes para a Copa do Mundo, a Polícia Militar do Paraná realizou nessa terça-feira (13) uma simulação do esquema de segurança. O local escolhido para a demonstração foi a Pedreira Paulo Leminski, que receberá até 15 mil pessoas por dia na Fan Fest, evento oficial de exibição pública dos jogos, em Curitiba. Mais de 100 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) participaram do “Simulado de Ocorrências de Crises em Grandes Eventos”.

Quatro situações de risco( resgate, bombas, reféns e manifestação popular)  foram apresentadas: resgate de PM ferido, localização de artefato explosivo, resgate de reféns em tentativa de assalto e condução de manifestação popular. “Temos de estar preparados para proteger a população, os turistas e o patrimônio público. Sabemos que a comunidade internacional está interessada em saber como o Brasil está se preparando no quesito segurança”, explica o subtenente-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Péricles de Matos.

Fonte: Portal Brasil

COMPARTILHAR