Os Policiais Rodoviários Federais começaram 2012 com boas expectativas em relação a mudanças positivas para a carreira. Após um ano depois da mobilização do sistema sindical que provocou a saída do então diretor do Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), Hélio Cardoso Derenne, os profissionais da área comemoram a abertura de um diálogo mais aberto com o governo federal e uma gestão mais transparente e responsável da atual Diretoria do DPRF.
Em 17 de janeiro de 2011, representantes sindicais de 16 estados se reuniram, no Rio Grande do Sul, para traçar uma união estratégica entre os integrantes da classe, com a intenção de pressionar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pela saída do então diretor do DPRF e promover alterações que pudessem trazer mais qualidade na gestão do Departamento.
O encontro resultou na produção de uma carta aberta (clique aqui para ler na íntegra o documento e conhecer os corajosos sindicalistas que participaram desse momento histórico da nova Federação), encaminhada ao Congresso Nacional e ao Ministério da Justiça, que expôs os motivos pelos quais a categoria reivindicava a saída da Diretoria na época. O documento ficou conhecido como “Carta de Porto Alegre”.
De acordo com o atual presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), Pedro Cavalcanti, o evento marcou a história recente dos PRFs. “A partir deste momento, conseguimos criar um movimento mais organizado, traçar estratégias e abrir o diálogo com o governo”, diz.
O presidente do Sindicato da PRF no Rio Grande do Sul (SINPRF-RS), Francisco Kossel, afirma que mais de 90% dos policiais estavam insatisfeitos com a gestão de Hélio Derenne. “A falta de transparência na administração; a falta total de critérios para a remoção de policiais, sem o respectivo respaldo técnico; e a falta de impessoalidade na distribuição de recursos, com alguns estados sendo mais beneficiados que outros; atrapalhavam o desenvolvimento da Polícia Rodoviária Federal e a prestação de um serviço de qualidade”, considera.
O Presidente da FenaPRF também aponta outro problema, que diz respeito à contratação de servidores. “Havia, por parte da Diretoria passada, uma inércia em relação ao processo seletivo para aumentar o quadro funcional da PRF”, reforça.
Após a mudança que ocorreu na Direção-Geral, os sindicalistas também promoveram alterações dentro da Federação Nacional dos PRFs, que, até então, não demonstrava sintonia com os anseios da categoria. A partir dessa mobilização organizada, uma nova Diretoria ganhou a eleição e assumiu a FenaPRF, que passou a ter uma atuação mais representativa e participativa na defesa dos policiais rodoviários federais.
Segundo Kossel, a gestão da atual Diretora-Geral do DPRF, Maria Alice Nascimento Souza, tem sido mais transparente. “As decisões tem se pautado por critérios técnicos, e não pessoais. Há uma aproximação maior dos policiais com o Departamento. A relação com o próprio Ministro da Justiça melhorou”, argumenta.
No entanto, Marcos Kadhur, diretor de Relações do Trabalho da FenaPRF, ressalta que as mudanças devem continuar de maneira efetiva. As transformações ocorridas durante o ano passado trouxeram um avanço para a administração do DPRF, porém, os policiais da ponta, os que trabalham na pista, ainda não sentiram todas essas mudanças. “Portanto, é fundamental que continuemos a trabalhar com a finalidade de dar melhores condições de trabalho aos policiais e valorizar a carreira. Dessa forma, também será possível prestar um serviço de mais qualidade à sociedade”, diz.
Um exemplo de melhorias que deixariam o trabalho do PRF mais seguro e ágil seriam os investimentos na rede de dados e os sistemas da PRF. Com um aparato tecnológico moderno, será possível criar uma rede de informações com o uso de alta tecnologia, de modo a atingir o serviço policial. Entre as melhorias que poderiam ser implantadas está a instalação de leitores de placa e de vídeo monitoramento. Com uma rede eficiente, poderia haver o gerenciamento integrado dos dados.
Cavalcanti espera que, em 2012, o governo continue aberto às negociações e se sensibilize com as mudanças que precisam ocorrer, tendo em vista os eventos de porte internacional que ocorrerão no Brasil, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo da Fifa. “A falta de efetivo é uma das questões mais graves que afetam o trabalho da PRF como um todo. A expectativa é de que o concurso para a seleção de novos servidores seja realizado ainda este ano”, diz.
Veja algumas notícias que foram publicadas na época:
http://www.sinprfpe.com.br/siteNovo/noticia_detalhe.php?idNoticia=2749
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