Deputados envolvidos com a área de segurança pública discutiram na tarde desta quarta-feira (14) nomes para presidir a comissão especial que vai apreciar as propostas de Ciclo Completo de Polícia. O colegiado foi criado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) para debater os projetos em tramitação na Casa sobre o tema e deveria eleger um presidente, mas não houve consenso entre os parlamentares para a escolha e a nova data para a eleição foi marcada para o dia 21 de outubro.
Dois nomes se destacam na disputa para comandar os trabalhos da comissão: os deputados Edson Moreira, ex-delegado, e Carlos Gaguim, ex-governador do estado de Tocantins. Indicado pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN), o deputado Edson Moreira (MG) sofreu resistência de outros políticos presentes. A maior reclamação é de que o ex-delegado não tinha uma boa relação com policiais militares e que por diversas vezes havia criticado a Polícia Militar em plenário.
De acordo com o deputado João Rodrigues (PSD/SC), a formação da comissão será complexa, e o proposta de união da polícias mais ainda. “Se a gente não consegue compor a comissão então imagina a unificação? Não vai funcionar. Se aqui, com poucas pessoas envolvidas nós não conseguimos que a convivência seja harmoniosa imagina como (policiais militares e civis) vão viver juntos em uma mesma estrutura?”, discursou.
A importância da neutralidade
O Subtenente Gonzaga (PDT/MG), defende que representantes das duas polícias participem apenas das discussões. “Seria bom para o debate que buscássemos uma mesa que não tivesse representante das duas corporações, uma mesa neutra”, afirmou.
Presente no plenário, o presidente da FenaPRF, Pedro Cavalcanti, também acha que pessoas neutras à frente da comissão darão uma melhor dinâmica. “O fator determinante para o bom andamento dos trabalhos será a escolha do presidente e do relator. É importante que seja uma pessoa neutra e o Carlos Gaguim foi governador e tem um bom diálogo com as duas polícias, tem força política. Se colocar um delegado ou um oficial da PM à frente da comissão vão acabar puxando para algum dos lados”, opinou Cavalcanti.
A FenaPRF acompanha o caso e apoia a adoção da Polícia de Ciclo Completo no Brasil. A entidade e os sindicatos filiados já participaram de diversos debates que ocorreram nas capitais. O sistema sindical dos PRFs vai continuar enviando representantes para as audiências sobre o tema no Congresso Nacional.
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