A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) participou nesta quarta-feira (20) de duas agendas com o ministro da segurança pública, Raul Jungmann. As reuniões foram para discutir a situação do baixo efetivo de policiais rodoviários federais. As agendas foram marcadas por intermédio do Senador Federal José Medeiros (PODE/MT) e do Deputado Federal Cabo Sabino (AVANTE/CE).
Pela manhã, com dados da PRF atualizados, o vice-presidente da FenaPRF, Dovercino Neto, destacou ao ministro que quase metade das unidades operacionais havia apenas dois policiais por escala, fato classificado como gravíssimo pela Federação e que aproximadamente 70% das UOPs funcionam com no máximo três policiais.
O sindicalista reafirmou a importância em ter o Ministério buscando mais vagas para a carreira, bem como, fazer um plano de reposição de servidores com concursos acontecendo sempre que o número legal de vagas diminuir em 5%.
Raul Jungmann agradeceu as informações e afirmou que a PRF está muito bem vista pela opinião pública e pelo Governo Federal. “Temos uma limitação de orçamento para este ano, creio que não consigamos aumentar estas 500 vagas porque a situação fiscal de 2019 é uma questão delicada, está muito ruim”, explicou.
Apesar do cenário negativo, Jungmann disse estar esperando uma resposta de um pedido que o Diretor-Geral do DPRF, Renato Dias, fez ao Ministério do Planejamento, aumentando o número de vagas para policiais rodoviários federais.
Pela tarde, ao lado de Cabo Sabino, Neto esteve acompanhado do diretor jurídico Tiago Arruda e do presidente em exercício do SinPRF/CE, Ronaldo Vieira, e do diretor jurídico substituto do SinPRF/CE Housemberg Dias Souza, onde reforçaram que inúmeros postos da PRF estão fechados ou com efetivo reduzido, com várias viaturas e equipamentos à disposição, mas parados.
Em um dos argumentos da FenaPRF, Tiago Arruda acrescentou que um concurso de 500 policiais rodoviários federais terá o mesmo custo para a formação do que para 1000 novos servidores. “Seria um desperdício (de dinheiro) formarmos apenas 500 policiais, sendo que o custo para os 1000 é o mesmo”, pontou.
Jungmann reiterou que a credibilidade da PRF nos últimos meses aumentou de forma gradativa após a paralisação dos caminhoneiros. “A PRF se saiu muito bem na questão dos caminhoneiros, os policiais rodoviários mostraram sua eficácia na avaliação do cenário e na coordenação para a desobstrução das rodovias. Nunca a imagem da Polícia Rodoviária Federal esteve tão boa”, afirmou.
O ministro, por fim, destacou que irá encaminhar a pauta ao presidente Michel Temer, mas que é necessário, também, uma reunião com o Ministério do Planejamento, uma vez que, segundo ele, “a questão é fiscal”. Jungmann também pediu celeridade para o lançamento do edital. “O ideal é que ele saia o mais rápido possível”, acrescentou.
Com a assessoria do ministro, foram tratados, ainda, os temas da Lei Orgânica da PRF, Pensão Policial e cobrado a regulamentação do IFRR (plantão voluntário) por parte do MESP.