A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), representada pelo PRF Marcos Dias, participou de audiência pública sobre o Plano Crack, implementado pelo Ministério da Justiça, organizada pelo Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp) no último dia 18. O encontro, que ocorreu no Palácio da Justiça em Brasília, serviu para tratar sobre formas de combate ao tráfico, prevenção e tratamento de usuários de todos os tipos de drogas. Na pauta principal do encontro estavam os debates sobre os pontos em destaque e polêmicos da implementação do Plano.
Um dos deputados mais engajados em projetos de recuperação de usuários de crack, Givaldo Carimbão (PSB-AL), esteve presente ao encontro a convite de Dias, e afirmou que o País enfrenta “uma verdadeira epidemia do crack”, além de defender a construção de mecanismos que aliem baixo custo a resultados eficientes. “Em Alagoas, por exemplo, possibilitamos o tratamento de um usuário ao custo mensal de R$ 600, no restante do País gasta-se mais de R$ 2 mil mensais com um preso. É preciso lembrar também que os grandes traficantes não estão na cadeia, mas sim o usuário, que comete delitos para alimentar o vício”, ressaltou. Carimbão também fez referência a pesquisas que apontam que 80% das prisões são decorrentes do uso da droga.
Dias aproveitou para questionar a informação do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) que apresentou uma pesquina na qual foi revelado que 0,7 % dos estudantes já fizeram uso de crack na vida. “Para alguns estudiosos esse número significa que sete em cada mil alunos já fez uso do entorpecente, mas na prática não é isso, pois considerando os dados apresentados esse número chega a 1,4 mi de brasileiros, e esse número é na verdade ainda maior, tendo em vista que a maioria dos usuários não frequentam nenhuma instituição de estudo”, alertou.
Outro ponto foi a participação das comunidades terapêuticas nas rede de atendimento aos usuários de drogas. A maioria dos participantes ressaltaram o valor e alcance desse voluntariado que tem, através da iniciativa de organizações sociais sem fins lucrativos, preenchido uma lacuna do Estado. Lembramos da necessidade de habilitação, capacitação e financiamento destas comunidades.
O evento contou ainda, em sua abertura, com a participação de Almir Laureano, vice-presidente do Conasp, Suelen Sales, secretária executiva do Conasp e Jorge da Silva, , professor da UFRJ . Foram ouvidos ainda conselheiros do Conasp e outros especialistas no assunto que apontaram possíveis melhoras no desenvolvimento do programa.
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