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jul/2012

A greve e o ponto

A presidente Dilma Rousseff, que na sexta-feira foi vaiada por servidores no Rio de Janeiro, quebrou mais uma cesta de ovos petista: mandou cortar o ponto de todos os grevistas do governo federal. Com isso, esticou ainda mais a corda com os funcionários, principalmente das universidades federais. A ordem dada à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que negocia os aumentos, é não pagar os dias parados.

Antes, eram os parlamentares do PT que reclamavam da perda de influência na administração, a ponto de o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), retirar-se de uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, por causa da nomeação de um apadrinhado no Banco do Brasil que não saiu. Agora, são os sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) que esperneiam: “O servidor não pode ser intimidado e prejudicado por exercer um direito como o da greve. Vamos manter a paralisação”, promete Oton Pereira Neves, do Sindicato dos Servidores do Distrito Federal (Sindsep-DF).

Os sindicalistas querem equiparar os salários do Executivo aos do Legislativo e do Judiciário, o que equivaleria a um aumento médio de 22%, segundo o governo. A decisão de cortar o ponto dos grevistas engrossa o coro dos petistas que se queixam da mudança do tratamento recebido no Palácio do Planalto desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o poder. Dilma quer acabar com as greves remuneradas do serviço público, marca registrada da CUT no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.

Fonte: Correio Braziliense

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