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jul/2012

Agentes da PRF deixam postos da Niterói-Manilha vazios

Os protestos por reajustes salariais e melhorias nas condições de trabalho  dos policiais rodoviários federais pelo país já mostram efeitos no patrulhamento  de rodovias do Estado do Rio. Apesar de a categoria negar uma paralisação,  alguns postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão vazios. No domingo, uma  equipe do GLOBO percorreu trechos de rodovias e constatou a ausência de agentes  trabalhando na Niterói-Manilha. A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários  Federais afirmou que, no Rio, os cerca de 600 agentes usam uma faixa branca  amarrada no braço esquerdo do uniforme.

— A PRF continua trabalhando. Não há intenção de greve. Queremos trabalhar, é  nossa responsabilidade. Mas precisamos ser valorizados. Somos aproximadamente  600 policiais no Rio e deveríamos ter 900 trabalhando, mas o governo não  contrata — comentou Jesus Castro Caamano, diretor jurídico da federação.

Nos fins de semana, os cariocas têm enfrentado dificuldade nas estradas. Na  última sexta-feira, o engenheiro Marcos Roberto Alves saiu de Volta Redonda às  14h e só chegou a Cabo Frio 12 horas depois:

— Enfrentei um trânsito como nunca antes. Estava com três crianças no carro e  fiquei com o motor desligado durante horas. O pior momento foi na  Niterói-Manilha. E no trajeto todo não vi policiais rodoviários tomando qualquer  providência.

A assessoria de imprensa do Ministério da Justiça informou, em nota, que as  negociações por reajuste continuam, mas negou a existência de um movimento de  greve: “Como um movimento nacional, não há nada neste momento, mas o Ministério  da Justiça não descarta a possibilidade de haver manifestações isoladas nos  estados”.

Segundo Caamano, o governo não reajusta os salários da categoria desde 2010.  Hoje, o salário inicial de um policial é de R$ 5.800. A intenção, de acordo com  a federação, é que esse valor chegue aos R$ 10 mil. Caamano afirmou ainda que  uma grande mobilização está sendo organizada para acontecer em Brasília no dia 8  de agosto.

— Queremos melhores condições de trabalho, não apenas melhores salários. Mas  o pessoal de Brasília não quer liberar — reclamou um inspetor que não quis se  identificar.

Fonte: O Globo

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