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ago/2012

Agentes da PRF se mobilizaram no Trevo do Lagarto para alertar motoristas

Agentes da PRF se mobilizaram no Trevo do Lagarto para alertar motoristas | Foto: SINPRF/MT

Policiais Rodoviários Federais ameaçam interromper a fiscalização nas rodovias federais de Mato Grosso a partir do dia 20, comprometendo as ações de combate a crimes ambientais, tráfico de drogas, armas, e roubos de veículos. A decisão de paralisar ou não os trabalhos será tomada nesta quinta-feira, durante Assembleia Geral da categoria.

Durante manifesto realizado neste sábado (11), representantes dos 17 Postos e 8 Delegacias existentes no Estado interromperam parcialmente a passagem de veículos no Trevo do Lagarto em Várzea Grande, para apresentar a pauta de reivindicações. Em poucos minutos, filas formaram-se nas BRs 163, 364 e 070, e também na rodovia dos Imigrantes, devido ao intenso fluxo de caminhões e carretas.

O presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários no Estado, Paulo Vinícius Barros de Assis, destacou que entre os itens estão a recomposição salarial , referente às perdas dos últimos 10 anos, e o reconhecimento da carreira como de nível superior. “Hoje,para ingressar na carreira, é exigido do candidato nível superior, porém a nossa remuneração é equiparada com de nível médio”. Atualmente, o salário inicial de um policial rodoviário é de R$ 5 mil.

A categoria também cobra mais investimentos para estruturar as bases de fiscalização. Um dos principais problemas é o déficit no efetivo que chega a 50%. Com este cenário, explica o dirigente, 2 postos – localizados em Campo Verde e Água Boa – correm o risco de serem fechados. “O déficit é tão grande que já compromete a segurança dos próprios policiais. O atendimento está comprometido e, se continuar assim, não teremos outra alternativa senão fechá-los”.

O policial Átila Calonga, 49, também detalha algumas deficiências da instituição na fiscalização para combater crimes como o tráfico de drogas, armas e roubo de veículos. Mato Grosso é apontado como rota da cocaína que sai da Bolívia e abastece estados como São Paulo e Rio de Janeiro. “Nós não temos nem um elevador hidráulico para fazer a vistoria nos veículos durante as blitze. Apenas em um posto temos um equipamento muito antigo, que não pode ser removido de lá”.

A defasagem no quadro de agentes também sobrecarrega os profissionais que estão nas rodovias. Calonga afirma que, com isso, os bancos de horas aumentam e desmotivam os policiais. “Nós temos que cumprir 166 horas por mês. Nesses últimos, eu já acumulei mais de 200 horas. Isso porque não tem efetivo”.

Greve – As entidades sindicais que representam os policiais rodoviários no país esperam até o dia 20 uma resposta do governo sobre a pauta de reivindicações, que foi entregue ao ministro da Justiça José Eduardo Cardoso. Caso isso não ocorra, devem confirmar a greve, mantendo apenas 30% dos serviços. Segundo o presidente Paulo Vinícius Assis, em Mato Grosso, serão priorizados os acidentes com vítimas registrados nas rodovias. As fiscalizações serão suspensas.

Apoio – O movimento tem apoio do Sindicato dos Servidores Federais do Mato Grosso (Sindsep). Em todo Mato Grosso, cerca de 40% da categoria está parada. O presidente Roosevel Motta informou que aguardam para esta semana, uma proposta do governo. “O movimento ganhou força e vai ganhar ainda mais. O governo está ciente disso e nos prometeu apresentar uma proposta esta semana”.

Fonte: SINPRF/MT

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