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jun/2012

Algemado, preso some da Superintendência da PF

Um traficante de drogas desapareceu no início da tarde de ontem do prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal em Brasília. Ele estava no edifício, que fica no Setor Policial Sul, quando, mesmo algemado, conseguiu despistar os agentes e sumiu. As polícias Civil e Militar do Distrito Federal foram acionadas para ajudar nas buscas. Foram mobilizados dois helicópteros, viaturas, homens e até cães farejadores, mas até as 22h30 ele não havia sido localizado.

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Federal, o homem foi preso no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek transportando 10kg de cocaína — ele era passageiro de um voo internacional, mas a PF não informou se o traficante estava embarcando ou havia chegado à capital. Segundo policiais ouvidos pela reportagem, o traficante atuava como “mula” — pessoa que recebe dinheiro para carregar a droga. Ele havia sido encaminhado à Superintendência da PF para que fossem realizados os procedimentos legais de prisão, mas, antes mesmo de o flagrante ser registrado, o traficante desapareceu.

O detento chegou ao prédio da Superintendência com a prisão decretada e sumiu enquanto estava em posse dos policiais que o conduziram até o prédio. Ele seria submetido ao exame de corpo delito e, depois, daria o depoimento à delegada de plantão antes de ser conduzido à carceragem da Polícia Federal, que fica no Complexo Penitenciário da Papuda — de onde, na madrugada de ontem, três presos também fugiram.

No entanto, antes de a delegada e a escrivã chegarem à sala onde ele estava, o homem simplesmente sumiu. Como ele não chegou a passar pelos trâmites legais de prisão, tecnicamente não é considerado fugitivo pela Polícia Federal.

Buscas
Por ser um domingo, a PF estava com um contigente pequeno de homens e teve que pedir auxílio às forças policiais do Distrito Federal. A Divisão de Operações Especiais (DOE) e a Divisão de Operações Aéreas (DOA) foram acionadas logo após as 14h — cerca de uma hora e meia após o desaparecimento. Policiais que não estavam de plantão receberam o comunicado para ficarem em alerta caso houvesse necessidade de eventuais reforços. Ao contrário dos procedimentos rotineiros, a comunicação não foi feita via rádio, mas sim por telefone.

Dois helicópteros e várias viaturas foram disponibilizadas para atuar na busca do fugitivo. Cães farejadores também atuaram na procura. Duas varreduras, uma no meio da tarde e outra no início da noite, ocorreram no terreno onde está localizado o prédio da superintendência, mas o fugitivo continuou desaparecido.

Versões
Inicialmente, a suspeita era de que a fuga tivesse ocorrido no Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil, no Sudoeste, ao lado do Parque da Cidade. Mas tanto a polícia quanto a Secretaria de Segurança Pública negaram o ocorrido. Somente no fim da tarde a reportagem conseguiu confirmar com fontes das polícias Civil e Militar e também da própria PF a fuga do traficante.

Oficialmente, no meio da tarde a assessoria de imprensa da Polícia Federal havia negado que tivesse ocorrido uma fuga nas dependências da Superintendência. O Correio tentou por diversas vezes falar com a delegada de plantão na PF, mas ela não atendeu as ligações.

Por volta das 22h, a reportagem procurou novamente a assessoria de imprensa, que só então confirmou oficialmente o desaparecimento do traficante. De acordo com a assessoria, o homem estava algemado, mas não era possível afirmar se ele conseguiu ou não se desvencilhar do equipamento de segurança. Ainda segundo a assessoria, a PF acredita que o traficante ainda estivesse nas dependências do complexo, que abriga, além da Superintendência, o Comando de Operações Táticas (COT), o Instituto Nacional de Identificação e o Instituto Nacional de Criminalística. A Polícia Federal informou que iria se manifestar oficialmente sobre o episódio somente na manhã desta segunda-feira.

Fonte: Correio Braziliense

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