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set/2012

Análise e Conclusão da 1a Greve Nacional da PRF

Por *Érico Guedes

Prezado(a)s,

Érico Guedes - Presidente do SINPRF/BA | Foto: Fabiano Viana

Nos últimos anos temos enfrentado muitos desafios representando nossa categoria, lutamos contra gestões ineficientes tanto do DPRF quanto da FENAPRF e contra a discriminação dentro de nossa carreira, estimulada pela fundação de outro sindicato, entre outros tantos embates.

Por conta dessas grandes batalhas foi promovida uma intensa união da categoria e de seus sindicatos, o que culminou na formação de uma ampla Federação, com representatividade bastante equilibrada entre os Sindicatos Estaduais, bem como em algumas mudanças significativas em nossa Instituição.

Passamos então, a ser respeitados pelo Ministério da Justiça, como categoria forte e unida, e que defende sempre as melhorias para os servidores e, consequentemente para a sociedade brasileira.

Mas ainda faltava uma batalha a vencer: a Mesa de Negociação com o Ministério do Planejamento.

Essa Mesa iniciou-se efetivamente após a posse da nova Diretoria da FENAPRF que, de maneira bastante transparente e democrática, ampliou a participação dos Sindicatos, nas reuniões e debates com o Governo.

Infelizmente, apesar da qualidade técnica com que foram guiadas as discussões, a negociação não se mostrou frutífera, o que culminou na instalação de uma grande mobilização nacional, capitaneada pela FENAPRF, em sintonia com as demais carreiras do Poder Executivo Federal, em busca de uma maior valorização do servidor.

De forma inédita, alcançamos expressiva visibilidade nos meios de comunicação, a partir da realização de comandos sincronizados e posteriormente da deflagração da primeira Greve Nacional da Categoria.

Essas mobilizações foram resultado de uma integração coesa, só antes vista em nosso meio, quando da inserção da PRF no Capítulo da Segurança Pública da Constituição Federal, em 1988.

Apesar disso, nos deparamos com uma proposta aquém de nossas necessidades, ocasionada por fatores econômicos mundiais, bem como pela política salarial atualmente adotada no Governo Federal.

A decisão de aceitação ou não da proposta cabia aos dirigentes sindicais, munidos da vontade existente entre os servidores representados, conjuntamente com a análise da conjuntura político-econômica, na qual logicamente nos encontramos inseridos.

O SINPRF/BA cumpriu com o papel necessário de representar o desejo da maioria de seu efetivo em negar a proposta. Porém, a maioria dos representantes votou pela aceitação, o que culminou na assinatura do acordo e no encerramento da greve.

Não sabemos ao certo se a decisão foi correta, somente o tempo nos dirá. Contudo, em respeito à democracia, a aceitação do acordo passa a ser de todos nós, o que tem causado um ligeiro desconforto nos policiais rodoviários federais de nosso Estado.

Não nos cabe somente julgar o posicionamento dos Estados, ou de seus Dirigentes. Faz-se necessária também uma reflexão ampla do resultado de nossas batalhas. E nessa reflexão, é certo concluir que podemos não ter alcançado totalmente nossas metas, mas algumas vitórias são inegáveis: venceu a democracia, venceu a lisura, venceu a união, e, principalmente venceu a categoria Policial Rodoviário Federal, formada por homens e mulheres que dedicaram seu suor à melhoria de sua classe e, em consequência, dos serviços prestados à sociedade.

Por conta disso, nossa categoria foi abraçada pelo povo brasileiro, que passou a reconhecer melhor nossa importância na segurança de inúmeras vidas que transitam pelas rodovias, bem como de tantas outras que deixaram de ser afetadas após uma atividade criminosa ser abortada por nossos servidores.

Além da enorme contribuição dos policiais que se encontram hoje em atividade, não podemos deixar de enaltecer o grande apoio que recebemos de nossos familiares, de servidores administrativos, de policiais aposentados e de pensionistas, de colaboradores terceirizados e de estagiários que, de diversas formas, contribuíram com o movimento que se tornou um marco na história do gigante que é a Polícia Rodoviária Federal.

Assim, é preciso que saibamos que esse gigante não foi derrotado, apenas fez uma pausa para descansar e recarregar as forças, pois há muitas batalhas ainda por enfrentar e agora, com toda certeza, temos consciência plena de nossa capacidade de união e mobilização.

Por isso, companheiros, não desanimem! Há muitos obstáculos a transpor e a participação de cada um é de extrema importância para continuarmos elevando o nome da Polícia Rodoviária Federal e de todos que a compõem.

A LUTA CONTINUA!

Saudações Sindicais,

ÉRICO GUEDES – Presidente do SINPRF/BA

Fonte: SINPRF/BA

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