Bancários de todo o país entraram em greve a partir desta terça-feira (30/09) por tempo indeterminado. Assembleias realizadas reafirmaram, nesta segunda, o que já havia sido votado na última quinta-feira (25). A categoria aguardará, agora, a negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 12,5%, sendo 5,8% de aumento real. Eles também pedem Participação no Lucros e Resultados (PLR) de três salários, além de uma parcela adicional de R$ 6.247, piso de R$ 2.979,25 e vales-alimentação, refeição, décima terceira cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 724. No último sábado (27), os bancos haviam elevado o índice de reajuste de 7% para 7,35% para os salários e de 7,5% para 8% para os pisos, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).
À Agência Brasil, Carlos Cordeiro, presidente da Contraf, alegou que os bancos podem oferecer um reajuste maior, considerando o lucro que tiveram. “Foram oito rodadas de negociações, onde os bancos apresentaram uma proposta de aumento real de 0,94%. É muito pouco, diferentemente do lucro dos bancos. Só os seis maiores bancos do país tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano”.
Cordeiro lembrou ainda que a categoria reivindica mudanças nas cláusulas sociais. Dentre elas, está a alteração na cobrança de metas que devem ser alcançadas pelos empregados. O presidente da Contraf alertou que vários profissionais sofrem problemas de saúde em função da pressão para atingir metas de produtividade. “O bancário não pode empurrar produtos que o cliente não quer, fazer venda casada. Os bancários acabam levando essa pressão para dentro de casa, da família. Se não cumprem a meta, são demitidos. São 18,6 mil bancários afastados por problemas psíquicos”.
Procurada pela reportagem, a Fenaban não foi encontrada para comentar a confirmação da greve. O diretor de relações do trabalho Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entidade a qual a Fenaban é vinculada, valorizou a última proposta oferecida, em declaração publicada no Febraban. “Observamos neste processo um debate maduro e a proposta apresentada viabiliza uma negociação célere para o fechamento de um acordo”.
De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a greve vai paralisar grande parte das 2.980 agências de base do sindicato. Durante a greve, segundo o sindicato, os caixas de autoatendimento continuam funcionando normalmente para atender ao público bancário. Em todo o país, segundo a entidade, há cerca de 512 mil bancários. Do total, 142 mil trabalham na capital paulista, Osasco e região metropolitana da capital paulista.
Fonte: Agência Brasil