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abr/2012

Cardozo, o conselheiro preferido de Dilma

Após a troca dos líderes no Congresso, a presidente Dilma Rousseff vem mudando também o modelo da articulação política interna no Palácio do Planalto. Dilma não tem feito mais as tradicionais reuniões de coordenação de governo, que na época do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva eram semanais, e optou por concentrar decisões e se aconselhar mais de perto com poucos e privilegiados interlocutores. Em época de escândalo e da CPI do Cachoeira no Congresso, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, está em alta no Planalto.

Ele é um dos que têm frequentado com assiduidade o gabinete de Dilma, tanto em encontros previamente agendados como em audiências de última hora. Além dele, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, é visto com frequência no terceiro andar do Planalto, e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, tem sido cada vez mais requisitada pela presidente. Mas Cardozo é o que está mais em condições de fazer a ponte da presidente com o lado de fora do Palácio.

O ministro da Justiça começou a ganhar a confiança da presidente na campanha eleitoral de 2010, quando integrava o grupo chamado pela própria Dilma de “Os três porquinhos”, ao lado do ex-presidente do PT José Eduardo Dutra e do ex-ministro Antonio Palocci. Cardozo foi o único que resistiu: Dutra deixou a presidência do PT por motivos de saúde e Antonio Palocci caiu em seis meses de governo por denúncias de aumento patrimonial irregular.

Hoje, o petista paulista é um dos poucos ministros chamados por Dilma para despachar no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Foi um dos poucos, por exemplo, que constaram da agenda da presidente no mesmo dia que ela chegou da viagem aos Estados Unidos. Poucos dias depois, teve de voltar correndo do Rio, em plena sexta-feira, porque a presidente o convocara. Quando a urgência é maior, Cardozo frequenta o Alvorada inclusive aos domingos.

Em 18 de abril, Cardozo estava na agenda da presidente, pela manhã, para tratar de projetos do ministério, e foi convocado, à tarde, para uma reunião que tratou de contratos da Delta com o governo, junto com Gleisi Hoffmann, Jorge Hage (Controladoria Geral da União) e Paulo Sérgio Passos (Transportes).

Fonte: O Globo

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