Quem anda pelas ruas de Fortaleza, corre o risco de encontrar, pelo menos, sete pessoas portando ilegalmente armas de fogo. O número parte de um levantamento feito pelo O POVO Online, com base em dados da Secretaria de Segurança Pública e Desenvolvimento Social (SSPDS). Segundo os registros, em média, são 210 armas apreendidas por mês na Capital, o equivalente a sete registros por dia.
Somente nos primeiros quatro meses deste ano, 1887 armas de fogo foram confiscadas no Ceará, sendo 843 delas, na Capital. Os bairros de Fortaleza onde houve o maior número de apreensões foram Jangurussu (56) e Barra do Ceará (49).
De acordo com a SSPDS, as apreensões de armas de fogo no Ceará cresceram 78%, em oito anos. Em 2003, foram apanhadas 2808. Já em 2011, o Estado atingiu um recorde, com 4995 tiradas de circulação, o que representa um aumento de 32,85%, em relação a 2010.
Tal crescimento é considerado resultado das políticas de segurança pública, que estão mais expansivas, segundo o sociólogo pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), Ricardo Moura. Ele acredita que as abordagens da Policia estão sendo eficientes neste quesito.
No entanto, ele lembra que ainda há mais armas circulando no Estado, considerando a quantidade que já foi apreendida até abril deste ano. O resultado mostra que o Ceará também precisa agir nas fontes, ou seja, nos traficantes de armas de fogo. “Não é apenas apreender armas, tem de prender quem está fornecendo”, provoca o sociólogo.
Ricardo orienta que os cidadãos não precisam portar arma de fogo para defender-se, como muitos acreditam. Segundo ele, a pessoa que tiver armada e encontrar-se em uma situação de violência, como assalto, pode reverter o momento e ser ferido ou morto. Ele também lembra que os criminosos têm mais experiência com manuseio de armamento e a vítima estaria em desvantagem.
Destino das armas
De acordo com a Legislação do Brasil, depois que o laudo pericial for encaminhado a um juiz competente, é dado um prazo máximo de 48 horas para que a arma de fogo ilegal seja destruída. No Ceará, elas são encaminhadas para a 10ª Região Militar para ter o destino correto.
Em abril, foram destruídas 3.963 armas apreendidas nas comarcas de Fortaleza e do Interior do Estado. Os objetos eram provas de processos na Justiça. Grande parte das armas é recolhida, toda semana, no Interior por equipes de policiais militares
Somente em 2012, foram destruídos 5.872 armamentos, entre revólveres, pistolas, garruchas, carabinas, espingardas, fuzis, rifles e submetralhadoras, além de armas brancas (facas). As armas foram enviadas pela Comissão de Segurança Permanente do Poder Judiciário do Ceará.
Fonte: O Povo