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maio/2014

Consumidores denunciam efeitos dos medicamentos genéricos

Foto: Agência Câmara

O autor do requerimento (REQ Nº 232/14 e 248/14) que solicita a realização de uma audiência pública para discutir as denúncias de consumidores sobre os efeitos dos medicamentos genéricos, deputado Sergio Brito (PSD-BA), diz que a Comissão de Defesa do Consumidor está em dúvida sobre a qualidade dos remédios genéricos.

Segundo o deputado, essa observação foi feita após a comissão descobrir que o Hospital Albert Einstein, localizado em São Paulo, não indica medicamentos genéricos para os seus pacientes. Confrontando assim, o resultado de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – Proteste.

“Nós ligamos para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, um hospital de referência nacional que não usa medicamento genérico. Por que que não usa? Porque não confia. Nós começamos a entender depois das reclamações que chegaram até a comissão. Essas pesquisas que esse órgão está apresentando, nós estamos duvidando. Nós não estamos acreditando nisso. Então, nós precisamos saber do governo como é a condição de fiscalização em cima dos laboratórios genéricos, para nós termos a certeza e passarmos isso para a população brasileira. Nós não estamos contra o medicamento genérico. Eu acho que o medicamento genérico bem fiscalizado, bem orientado, sem sombra de dúvida é a melhor opção para o povo brasileiro,” declarou o deputado Sérgio Brito.

Em 2011, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor realizou uma pesquisa inédita com a população sobre esses medicamentos. Dos entrevistados, 83% afirmaram acreditar que eles são tão eficazes quanto os medicamentos de referência, enquanto para 80% deles esses remédios apresentam a mesma segurança que os de marca.

No entanto, a parcela da classe médica entrevistada se mostrou mais crítica, especialmente em relação a questões como os processos de avaliação da qualidade e de controle desses remédios.

Para a coordenadora institucional da Protese, Maria Inês Dolci, o receio de se utilizar um medicamento genérico está associado à falta de informação a respeito das suas características e dos seus componentes:”A questão toda é que existe muita falta de informação. Existe falta de informação a respeito das características, dos componentes. É fundamental que as entidades elas realizem campanhas para poder informar melhor a respeito desse produto.”

Como sugestão para o enfretamento desse problema, Maria Inês Dolci sugere que entidades médicas e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária realizem campanhas para que a população se certifique da origem e da qualidade do medicamento que está sendo comprado.

“Essa desconfiança realmente tem que ser aplacada. Por isso é fundamental que as entidades médicas e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária realizem campanhas para melhorar a imagem desse produto, porque a indústria de medicamentos de marca, têm um marketing agressivo e tem sucesso ao tentar criar uma relação de desconfiança com o genérico. Então, é importante que isso seja desmistificado.”

A Comissão de Defesa do Consumidor pretende realizar a audiência pública no dia 4 de junho e convidam os representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos para discutir o assunto.

Fonte: Rádio Câmara

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