Ação seria resposta à presença de dois bombardeiros norte-americanos nos exercícios militares da vizinha Coreia do Sul
O presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ordenou o posicionamento técnico de “mísseis estratégicos” para atacar a “qualquer momento” alvos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, informou a agência norte-coreana KCNA.
O jovem líder ordenou que os mísseis “estejam preparados para disparar e golpear a qualquer momento o território dos EUA, suas bases militares no Pacífico, inclusive Havaí e Guam, e as da Coreia do Sul”, detalhou o comunicado.
“Chegou o momento de acertar contas”, afirmou Kim Jong-un.
A medida foi tomada horas depois de Washington enviar dois bombardeiros B-2 Spirit, com tecnologia furtiva para penetrar defesas antiaéreas e descarregar bombas convencionais e nucleares, para os exercícios militares que faz com os sul-coreanos desde o início do mês. A ação foi vista pela Coreia do Norte como uma violação à sua soberania.
Neste sentido, o líder norte-coreano ordenou que o Exército esteja preparado para “reagir perante a chantagem nuclear dos EUA com um ataque atômico sem piedade”.
Além disso, a KCNA revela que Kim Jong-un tomou estas decisões “em vista da trágica situação” e após ter realizado na primeira hora de hoje uma reunião urgente com as Forças de Mísseis Estratégicos do país comunista perante a presença do estado maior do Exército.
As novas ameaças acontecem depois de a Coreia do Norte anunciar nesta semana a suspensão da única linha de comunicação militar que mantinha com a Coreia do Sul e que administra o acesso ao complexo industrial comum de Kaesong, no meio de uma escalada de tensão entre os dois países.
O corte de todas as comunicações com o Sul se inscreve na campanha de ameaças belicistas que a Coreia do Norte dirige ao Sul e aos EUA desde o último dia 7 de março, quando a ONU anunciou novas sanções ao regime de Kim Jong-un por seu último teste nuclear de fevereiro.
Dentro desta dinâmica, a Coreia do Norte anunciou ontem que seus mísseis e unidades de artilharia se encontram “em posição de combate” apontando para alvos dos EUA e da Coreia do Sul, o que representa o grau máximo de alerta militar.
Posição norte-americana
Os Estados Unidos defenderam ontem o uso de um bombardeiro estratégico em suas manobras anuais conjuntas com Coreia do Sul como uma resposta “dissuasória” ao recente tom beligerante da Coreia do Norte.
O secretário de Defesa, Chuck Hagel, negou que o posicionamento de dois bombardeiros B-2 na Coreia do Sul seja uma provocação e assegurou que “a dissuasão também faz parte dos exercícios militares” entre as forças sul-coreanas e as tropas norte-americanas, manobras que começaram no dia 1º de março e se prolongarão até 30 de abril.
“As ações muito provocativas e o tom beligerante (norte-coreano) aumentaram o perigo”, indicou Hagel, que também defendeu a decisão de meados deste mês de aumentar as defesas antimísseis perante as ameaças do regime de Kim Jong-un.
Da mesma forma que o chefe do Pentágono, a Casa Branca e o Departamento de Estado defenderam este passo pouco convencional como parte do compromisso em defesa com seu aliado sul-coreano, ao mesmo tempo em que pediram que Pyongyang abandone suas provocações e ameaças.
“Quando um país diz o tipo de coisas que a República Democrática Popular da Coreia diz, você tem que levar a sério e dar passos para assegurar que fique claro que podemos defender e defenderemos nosso país e nossos aliados”, declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.
Para o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, a mensagem de Washington é: “frente à retórica bélica e as ameaças dos norte-coreanos estamos ombro com ombro com nossos aliados sul-coreanos e nos asseguramos que os interesses de ambos estão protegidos”.
Fonte: Rede Brasil Atual