Os policiais militares e bombeiros do Distrito Federal decidiram hoje (12), ainda que em meio a muitas contestações, dar uma trégua de 20 dias à operação tartaruga iniciada em fevereiro. De acordo com integrantes da comissão do Movimento Unificado da PM e do Corpo de Bombeiros, nesse período, os policiais se dedicarão “com afinco” para reduzir os índices de criminalidade na capital do país, que cresceram bastante desde o início do movimento.
Em assembleia na frente da sede do governo do Distrito Federal (GDF), as lideranças decidiram adotar a estratégia de reforçar o patrulhamento nas ruas enquanto aguardam o resultado das negociações com o governo local. “Vamos dar 20 dias ao governo para que a gente possa diferenciar os índices hoje apresentados de criminalidade. Durante esses dias, trabalharemos com mais afinco, em respeito à sociedade”, disse a integrante do movimento unificado, sargenta Angélica Machado.
Essa posição, no entanto, foi questionada por diversos policiais. “A forma como os líderes do movimento disseram, de que vamos trabalhar 20 dias com afinco, não condiz com o que foi decidido no meio da tropa”, criticou o sargento Roque, respaldado por algumas dezenas de PMs.
“Hoje, na assembleia, a decisão foi unânime em favor de a operação tartaruga continuar [ao contrário do que foi anunciado pelas lideranças do Movimento Unificado]. Os policias continuam desmotivados e sem condição nenhuma de trabalhar. Não há como obrigar o policial a se motivar e voltar a trabalhar como ele trabalhava antes, porque policiamento ostensivo e preventivo só se faz com policiais trabalhando aguerridamente, abordando suspeitos, prendendo marginais e retirando armas de circulação”, argumentou o PM.
“Essa história de viatura com luz ligada, parada em balões ou andando em comboios pela cidade funcionar não é verídica. O marginal só se afugenta e só se inibe quando vê a polícia efetivamente trabalhando. Não tem como o comando obrigar os policiais a fazer isso. Lamentamos que a população esteja no meio desse fogo cruzado”.
Uma nova reunião entre as lideranças do movimento e o GDF está agendada para terça-feira (17). Entre as propostas apresentadas estão reestruturação da carreira, promoções independentemente do número de vagas e auxílio-moradia equivalente a R$1,5 mil.
Fonte: Agência Brasil