Brasil tem hoje cerca de 30 milhões de veículos circulando e poderá chegar a 60 milhões até 2020, prevê a indústria
As projeções da indústria são de que o Brasil dobrará sua frota até 2020, passando de 30 milhões para 60 milhões de veículos. E a longo prazo o país poderia chegar à proporção de um veículo para cada dois habitantes, índice similar ao de economias mais ricas. Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (dados relativos a 2011), do IBGE, em 40% das residências já há pelo menos um carro – motocicletas estão em 19%.
Como metade dos brasileiros vive em apenas 100 cidades, não é difícil imaginar como ficará o trânsito em poucos anos se nesse período não forem realizados fortes investimentos no transporte de alta capacidade, a ponto de desestimular o uso do automóvel para o deslocamento diário entre a casa e o trabalho ou a escola.
A proximidade da Copa do Mundo e das Olimpíadas tirou do papel vários projetos de mobilidade urbana, financiados em grande parte pelo governo federal. Para as cidades sede da Copa estão previstos investimentos de R$ 30 bilhões em infraestrutura.
No Rio, se tudo sair do papel, os quatro corredores expressos para ônibus articulado (BRT) estarão prontos, assim como as linhas 4 – que ligará a Barra da Tijuca à Zona Sul – e 3 do metrô (Niterói-Itaboraí), até 2016. Espera-se que os novos trens e os investimentos em sinalização aumentem a capacidade do metrô e da Supervia, para 1 milhão de passageiros por dia útil, em cada modal, mas com um serviço confortável.
De qualquer forma, mesmo que o automóvel venha a ser usado basicamente para o lazer, o consumo de combustíveis tende a crescer. Com o regime automotivo recentemente anunciado, 80% da frota de automóveis em 2020 deverão ser do tipo flex, em condições de usar tanto etanol como gasolina.
As refinarias em construção (Abreu e Lima, em Pernambuco, e Comperj, em Itaboraí) estarão voltadas para a produção de diesel. A produção brasileira de etanol, de 26 bilhões de litros, teria que sobrar até 2020 para o país não depender de importações de gasolina.
Fonte: O Globo