Cerca de 80 agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) se reuniram em assembleia, nesta segunda-feira (3), em Curitiba, e aprovaram uma série de medidas para pressionar o Governo Federal a conceder melhorias salarias à categoria. Entre as ações previstas estão a realização de blitze nas rodovias e diminuição no atendimento a acidentes leves sem vítimas.
O sindicato afirma que os policiais não deixarão de atender acidentes, mesmo os leves, mas alerta que colisões sem vítimas, de pequena e média monta, podem demorar para receber assistência.
“Como estaremos envolvidos em outras ações, aconselhamos aos envolvidos que, em caso de acidentes leves nas estradas federais, se dirijam diretamente ao posto da PRF mais próximo para registrar a Declaração de Acidente de Trânsito”, explica Sidnei Nunes, diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Rodoviária Federais do Paraná (Sinprf-PR).
Os postos da PRF de Marialva e Apucarana confirmaram que a assistência a acidentes leves pode ser comprometido também nos trechos atendidos, mas não há previsão de intensificação de blitze na região. A reportagem não conseguiu contato com os outros postos da região.
Blitze e tumulto
A PRF de Curitiba e região metropolitana realiza blitze nas rodovias federais nesta terça-feira e quarta-feira. Com isso, o trânsito pode ficar lento em alguns trechos.
As maiores manifestações, no entanto, estão previstas para quinta-feira e sexta-feira desta semana. “Vamos intensificar as fiscalizações nas rodovias, parando veículos nas regiões de Londrina, Curitiba e Foz do Iguaçu”, conta Nunes.
Não há previsão de blitze ou manifestações para a região noroeste do Paraná. “No entanto, se não houver avanço nas negociações, as blitze serão intensificadas em todo o Estado”, fala o diretor jurídico.
Até segunda-feira, policiais rodoviários de 15 estados já haviam aprovado o indicativo de greve. Outras assembleias ocorrerão nesta terça-feira, por isso o número de adesão pode aumentar.
Negociação
Um policial rodoviária federal em início de carreira ganha atualmente R$ 5,4 mil. Segundo o Sinprf, este valor não é reajustado desde 2006. “Não recebemos nem o reajuste de inflação”, diz Nunes. O sindicato ainda não estipulou um índice de reposição. “Queremos decidir isso na mesa de negociação, mas o Governo não nos deu espaço para discutir propostas”, afirma.
A assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento afirma que já realizou quatro rodadas de negociação com o sindicato este ano e nega que os agentes estejam sem reajuste desde 2006. Segundo o órgão, um acordo em 2007 concedeu um aumento gradativo do salários dos policiais até 2010. O Ministério do Planejamento ressalta que é sensível à causa dos policiais e uma nova reunião com o sindicato deve ser realizada até semana que vem, para tentar impedir que a situação se agrave.
Onda de greve
O Governo Federal enfrenta uma onda de greve dos servidores de diversas categorias. Estão parados os professores e técnicos das universidades federais, agentes da Polícia Federal, IBGE, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros.
Fonte: O Diário de Maringá