A Polícia Rodoviária Federal paralisa as atividades por tempo indeterminado no Rio Grande do Sul a partir desta quinta-feira (15). Esta é a primeira manifestação do tipo na corporação desde sua criação, em 1928. A classe reivindica abertura de concurso público, melhores condições de trabalho e reestruturação da carreira. Também a partir desta manhã, os policias federais retomam as operações padrão que marcam a greve da categoria no estado. A decisão segue deliberação nacional diante da falta de propostas do governo.
A partir desta quinta, conforme o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais (Sinprf-RS), não serão mais atendidos acidentes apenas com danos materiais, que não envolvam vítimas. Com isso, conforme o sindicato da categoria, será complicado desbloquear as estradas fazendo a retirada dos veículos. Também estão previstas operações padrões sem aviso prévio, o que poderá provocar congestionamentos. A mobilização deve começar na parte da tarde.
A categoria também pretende chamar a atenção para os problemas com a segurança pública. Os policiais rodoviários federais entendem que haverá incapacidade operacional durante grandes eventos que o Brasil vai sediar, como Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada. Conforme levantamento do Sinprf-RS, o efetivo total da PRF em todo o país não chega a 9 mil agentes, o menor em 16 anos. No Rio Grande do Sul, são 685 policiais para fiscalizar mais de 6 mil quilômetros de rodovias.
Já os policias federais retomam as operações padrão a partir das 6h no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e nos postos localizados na fronteira do estado. Os policiais realizam a operação para provar que a falta de efetivo impede uma fiscalização mais rigorosa. Eles também reivindicam melhores condições de trabalho, mais efetivo, reestruturação da carreira e reestruturação salarial.
Durante a paralisação, o Sindicato dos Policiais Federais (Simpef-RS) diz que serão suspensos os serviços de atendimento ao público, tais como oitivas, porte de arma, atendimento a estrangeiros, controle de empresas de vigilância, bancos e produtos químicos. A emissão de passaportes será cancelada, sendo atendidos somente os casos emergenciais. A categoria manterá apenas os plantões, as ocorrências em flagrante e custódia de presos.
Em todo o país são mais de 380 mil servidores em greve, segundo estimativa do Sindicato dos Servidores Federais do Rio Grande do Sul (Sindiserf). No estado, são pelo menos 13 categorias paralisadas, entre elas o Judiciário Federal, a Receita Federal, a Superintendência Regional do Trabalho, além de professores e servidores de universidades.
Fonte: G1