03

abr/2014

Federais voltam às ruas em homenagem às maiores vítimas da crise no DPF

Semana passada, segundo informa a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), mais uma tragédia impactou a corporação, que amarga a pior crise institucional da história do órgão. Conforme levantamento dos sindicatos, na última sexta-feira (28), ocorreu o 12º suicídio de um policial federal na gestão do atual diretor-geral Leandro Daiello.

“Em protesto, nesta quarta-feira (2), agentes, escrivães e papiloscopistas federais de todo o País vão realizar atos públicos em homenagem aos cidadãos brasileiros que um dia escolheram dedicar suas vidas à Polícia Federal, mas infelizmente não receberam o mesmo compromisso do órgão que juraram defender”, diz em nota a Federação.

Os sindicatos da Polícia Federal em cada estado planejam promover homenagens, por meio de passeatas, carretas, panfletagens ou atos solenes em respeito aos policiais federais que sucumbiram à margem de um órgão que atualmente é desvalorizado pelo governo Dilma.

Duas datas
Duas datas se misturam nos últimos dias, a data de aniversário da Polícia Federal e o dia da mentira, 1º de abril. No esforço político para tentar esconder a desmotivação de milhares de policiais federais, os atuais gestores do órgão tentaram promover celebrações forçadas, e continuam maquiando a crise institucional através de estatísticas superficiais, e o típico sensacionalismo com as poucas operações policiais e seus nomes criativos.

Também na última sexta-feira, num evento de hasteamento de bandeiras ocorrido na presença de Daiello, e centenas de alunos e professores da Academia Nacional de Polícia (ANP), durante o hino do órgão, a posição de luto de dezenas de professores simbolizou a tristeza que hoje contagia quase a totalidade do efetivo, pois o sucateamento da Polícia Federal é evidente: https://www.youtube.com/watch?v=Gw0vouy_HBc.

Punições à vista
Esses professores são escolhidos entre os melhores policiais federais no país, com mais experiência e especialização, e apesar da manifestação democrática, a direção do órgão já sinaliza no sentido de puni-los, na equivocada visão de hierarquia de gestores despreparados.

O presidente da Fenapef, Jones Borges Leal resume a situação: “enquanto se vivencia um comportamento típico da época de repressão militar, nenhuma medida está sendo tomada pela administração da PF, que observa, omissa, o histórico absurdo de policiais desmotivados, com doenças psíquicas e uma absurda estatística de suicídios”.

Os sindicatos já levantaram indícios de perseguição, assédio moral ou punição disciplinar de servidores que acabam cometendo desvios de função por decorrência de problemas psíquicos, são desprezados por gestores despreparados, e acabam se divorciando, ficando doentes, dependentes de remédios, ou chegando ao limite mais cruel da existência do ser humano.

Improbidade administrativa
Os sindicatos da PF denunciam a possibilidade de improbidade administrativa pelo descumprimento da Instrução Normativa 2/09 – DG/DPF, que criou o Programa de Atendimento Biopsicossocial. Este programa foi criado pelas poucas assistentes sociais da PF. Uma norma que foi publicada pela direção do órgão para ficar somente no papel nos últimos cinco anos.

Nesse contexto preocupante, entre os dias 6 e 11 de julho de 2013, a Federação realizou pesquisa sobre o ambiente organizacional na sua base de 13.300 sindicalizados, nos cargos policiais de agente, escrivão e papiloscopista.

E o resultado da pesquisa foi impactante. Revelou que 30% dos policiais federais em serviço disseram que, por causa do trabalho na PF, já se submeteram ou se submetem a algum tipo de tratamento psicológico ou psiquiátrico.

Fonte: Diap

COMPARTILHAR