O presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), Pedro Cavalcanti, e o diretor jurídico, Jailton Tristão, participaram da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Distrito Federal (SINPRF/DF), realizada no auditório do Departamento de Polícia Rodoviária Federal(DPRF), na tarde desta sexta-feira (11/05).
Cavalcanti aproveitou a oportunidade para falar sobre a atuação da FenaPRF nas negociações por melhorias trabalhistas com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Iniciou explicando sobre o atual cenário político-sindical que envolve os servidores públicos, em especial sobre as recentes perdas de direitos com a criação do Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais (Funpresp).
Criticando o atual governo, mostrou que o Funpresp irá criar duas categorias de servidores públicos: uma que não será atingida pelo Fundo e outra (novos servidores) que não terá a mesma remuneração ao se aposentar, o que pode dividir os interesses a longo prazo na hora de negociar melhorias com o governo. “O que vemos no governo DILMA, em relação aos servidores públicos, é a insistência na velha ideia de dividir para dominar. Prática herdada dos governos FHC e LULA”, reclamou.
Quanto ao polêmico Projeto de Lei 330/2006, apensado ao PL 554/2010, Cavalcanti explicou o prejuízo que será causado à aposentadoria especial. “Agora [depois do fundo de previdência complementar] o governo pretende aumentar o tempo da aposentadoria especial para 55 anos e os estudos realizados recentemente, mostram que a média de vida do policial gira em torno de 56 anos. Se esse Projeto de Lei vingar da forma como está, será outro atentado contra a classe policial”, ressaltou.
Durante sua explanação, diversos dados e circunstâncias do estudo apresentado e debatido na Mesa de Negociação com o MPOG foram mostrados, inclusive a tabela salarial. Questionado sobre o motivo da não publicação e divulgação dessa tabela nos meios de comunicação, Cavalcanti respondeu que é apenas por questões estratégicas. “Temos que entender e ter consciência de que as pressões sobre o governo vêm de todos os lados, por isso, escolhemos não divulgá-la abertamente por acreditar que isso pode nos prejudicar nas negociações. Porém, em todas as assembleias sindicais que temos participado, fazemos questão de apresentá-la, além de discutir com os participantes seus fundamentos”, explicou.
Sobre os movimentos realizados em parceria com outras entidades de classe como “Mobilização Fronteira” e “Campanha Salarial Unificada dos Servidores Federais”, foram esclarecidos suas importâncias e fatores positivos para diversos outros interesses da categoria. “Nosso Sistema Sindical não deve lutar somente pela reestruturação da carreira e por melhorias no subsídio [salário]. Também é preciso lutar por condições dignas de trabalho e por aumento nos valores dos auxílios creche, transporte, alimentação e retorno dos adicionais. Essas pautas são comuns a diversas outras categoria e nos unindo a outras entidades a pressão sobre o governo é mais forte.” sustentou.
Ainda em sua fala, o presidente da FenaPRF fez questão de destacar a importância do SINPRF/DF para o sistema sindical. “Todos os sindicatos são igualmente importantes, mas por causa da situação geopolítica do Distrito Federal, o SINPRF/DF é o nosso elo principal. Qualquer mobilização realizada no Distrito Federal chama muito mais atenção da mídia e do governo federal.”, finalizou.
Encerrando a AGE, o vice-presidente do SINPRF/DF, Reni Rocha, agradeceu a presença da FenaPRF e avaliou como importantes e positivas as explicações prestadas pelo presidente da Federação. “Esse debate com a base é salutar. É preciso que todos conheçam, mas também discutam as demandas diretamente com a Federação. Hoje, além de se inteirar das negociações com o governo, os colegas do DF conheceram a sua importância dentro do cenário atual e entenderam que é preciso continuar apoiando e participando de mobilizações específicas e conjuntas realizadas em nossa casa.”, disse Reni Rocha.
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