FenaPRF entrevista os policiais rodoviários federais responsáveis pelo projeto de educação de trânsito para crianças e adolescentes. “Você não precisa ter uma carteira de motorista para fazer parte do trânsito”, afirma um dos coordenadores.
O Festival Estudantil Temático de Trânsito (FETRAN), projeto realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) desde 2004, já atendeu neste ano mais de 90 mil alunos de 200 escolas espalhadas em 11 Estados do Brasil. Os estudantes que participaram com projetos no primeiro semestre deste ano estiveram em Brasília, na semana passada, na sede do Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), participando de apresentações culturais com a temática de trânsito.
O projeto é coordenado nacionalmente pelos policiais rodoviários federais Jean Chagas, Marques Silva e Gustavo Henrique, que trabalham na Coordenação-Geral de Operações (CGO). É deles,em conjunto com coordenadores estaduais, a responsabilidade e o sucesso do evento que a cada ano conta com participação crescente de alunos, professores e instituições de ensino de todo o País.
O FETRAN 2015 teve início ainda em fevereiro, com as atividades sendo desenvolvidas em escolas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Amapá e Paraíba. No segundo semestre entraram no projeto alunos no Ceará, Bahia, Pará, Amazonas e Maranhão. Jean Chagas explica que a ideia do projeto é apresentar a temática de trânsito no contexto da vida escolar. Sem a necessidade de criação de uma nova matéria, os estudantes aprendem sobre educação viária e trânsito com os professores das demais disciplinas.
“A palavra chave é a transversalidade. Por meio dos conteúdos de outras matérias, os professores realizam a educação de trânsito com os alunos. São feitas peças de teatro, maquetes, cartazes, danças e músicas com a temática de trânsito, com o objetivo de conscientizar as crianças e toda a comunidade escolar”, explica Jean Chagas.
O PRF Marques Silva, que também é responsável pelo projeto, explica que o FETRAN envolve não só os alunos, mas também os pais. “Muita gente fala que o projeto vai formar os motoristas do futuro, mas a verdade é que estamos formando os cidadãos de hoje. As crianças ficam mais críticas, percebemos uma melhoria nas notas delas e esse comportamento em relação ao trânsito seguro chega também aos pais”, diz Silva.
Os estudantes, desde os cinco até os 18 anos, recebem orientações sobre diversos temas relacionados ao trânsito: travessia na faixa de pedestres, uso do cinto de segurança, álcool versus direção, ultrapassagem proibida e velocidade acima do permitido por exemplo. “Cada escola tem essa liberdade para abordar o tema que mais impacta naquela comunidade. Em uma região que fica às margens da rodovia, os alunos podem debater mais sobre faixa de pedestres. Em Minas Gerais houve uma repercussão muito grande da morte do cantor Cristiano Araújo e os alunos debateram mais sobre o cinto de segurança”, explica Jean Chagas.
As escolas e alunos recebem ainda kits, com camisetas, faixas, banners, placas de sinalização e outros acessórios para o desenvolvimento das atividades de educação de trânsito. “Recebemos informações de professores e diretores de que os alunos “multaram” os mestres que estacionaram de maneira irregular ou os pais que paravam na faixa de pedestres para buscar os filhos. Demonstra que o pensamento crítico está sendo desenvolvido nesses jovens”, afirma Marques Silva.
O PRF Jean Chagas reforça ainda que a responsabilidade pelo trânsito seguro deve ser dividida com toda a sociedade. “Você não precisa ter uma carteira de motorista para fazer parte do trânsito. Nos deslocamos pela cidade todos os dias e nem sempre estamos dirigindo um carro. Podemos ser pedestres ou passageiros, mas o importante é que todos saibam as suas responsabilidades para um trânsito mais seguro”, explica o coordenador do FETRAN.
Álbum de fotos do evento realizado no DPRF:
A reprodução desta notícia é autorizada desde que contenha a assinatura ‘Agência FenaPRF’