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fev/2012

Greve dos policiais na Bahia é retrato da inabilidade do governo em negociar com servidores

A greve legítima dos policiais no estado da Bahia tem ganhado contornos cada vez mais tensos. Movimento legítimo de todo trabalhador, a greve é o último recurso utilizado por qualquer categoria quando se esgotam as possibilidades de diálogo e negociação com o patrão. No caso dos servidores públicos, esse patrão é o governo. As conseqüências e os rumos de uma greve são ditados pela habilidade no processo negociação. Para a Condsef, à exemplo também de outras greves recentes como a dos policiais do Ceará e bombeiros no Rio de Janeiro, a greve a greve dos policiais da Bahia é o retrato da inabilidade do governo em negociar com a categoria. E para a entidade este pode ser um reflexo do que pode ocorrer no âmbito Federal. Excluídos excessos que devem sempre ser avaliados por todos os envolvidos num processo de negociação, é preciso se buscar um consenso. No caso da Bahia para que seja restabelecida a segurança no estado, direito da população. Num processo negocial não se pode abrir mão do diálogo e uma postura impositiva acaba sempre intensificando os conflitos.

Organizados em torno de uma campanha salarial em defesa dos servidores e serviços públicos, trabalhadores do Executivo, Legislativo e Judiciário se preparam para buscar o atendimento de demandas emergenciais do setor. Uma série de processos de negociação está em aberto. Ano passado, o governo se comprometeu a instalar o processo de negociações com os servidores em fevereiro. O inesperado falecimento do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, foi recebido com surpresa por todos. Há um entendimento por parte dos trabalhadores de que o governo necessita de um tempo para reorganizar sua estrutura negocial. Entretanto, este contratempo não pode ser usado pelo governo para protelar soluções para a administração pública. E até agora, nenhum sinal de que o diálogo com a categoria será retomado partiu do Planejamento.

Greve geral – Desse modo, aumenta-se a tensão dos servidores federais que seguem com agenda de mobilização que pode culminar com uma forte greve geral a partir de abril. Ao não apresentar disposição para reabrir o canal de diálogo com os servidores, o governo sinaliza que seus trabalhadores e a melhoria dos serviços prestados à sociedade não estão entre suas prioridades. Algo impensável para um governo que se elegeu sob um discurso social, contra privatizações e defensor do fortalecimento de setores como educação e saúde, para citar apenas dois grandes pilares de um Estado forte.

Os servidores já vêm sinalizando a necessidade de um avanço significativo nos processos de negociação em curso. A falta de atenção do governo a esses sinais reforça a mobilização dos trabalhadores e aponta para o recurso legítimo da greve como único meio de conseguir encontrar um vão onde os trabalhadores possam ter suas reivindicações ouvidas. Pois enquanto o governo faz ouvidos de mercador às necessidades urgentes do setor público e apenas ouve aos chamados de uma minoria, o País vai continuar acompanhando o despertar de muitos trabalhadores. Nenhum quer a greve. A greve só acontece quando não é possível o diálogo. Os servidores federais seguem apostando nesse diálogo, esperando que na Bahia se encontre o caminho e esperando que na esfera Federal o governo apresente, e de forma urgente, a habilidade necessária para conduzir este processo.

Fonte: Condsef

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