Não é apenas pela redução justa das tarifas de transporte urbana. O recado foi claro. O anúncio da redução das tarifas de transporte público feito essa semana em diversas capitais e cidades foi uma importante conquista originada pela força e união dos brasileiros, mas está longe de ser a única. A população quer mais e dá sinais de que a luta deve continuar por questões urgentes. Entre os destaques, as vozes das ruas estão dando um recado claro ao governo: queremos melhoria dos serviços públicos. Fazendo alusão aos estádios construídos em padrão internacional onde foram investidos bilhões em dinheiro público, o povo pede saúde, educação, segurança, infraestrutura, enfim, serviços públicos no “padrão Fifa”. A Condsef e suas filiadas que há mais de vinte anos sempre se fazem presentes em movimentos de rua em defesa dos servidores e serviços públicos de qualidade para a população reconhecem a importância desse momento. Com uma pauta tão intimamente ligada às demandas da categoria, a Confederação incentiva todos os servidores a se juntar aos milhares de brasileiros que têm saído às ruas em protestos de caráter pacífico.
Manifestações pacíficas são e sempre serão importantes para o fortalecimento de nossa democracia. E os atos que têm reunido milhares de cidadãos devem ganhar reforço e necessitam de fôlego renovado. Acostumados aos movimentos reivindicatórios e cientes de que sem unidade não se avança em conquistas importantes, os servidores devem se juntar ao grito dos que anseiam serviços públicos de qualidade para o Brasil. Hoje, no Rio de Janeiro, o Sintrasef, entidade filiada à Condsef, fez o convite aos servidores para se juntar aos protestos que já lotam a Candelária. Servidores do núcleo de base do INPI no Sintrasef divulgaram nota onde destacam a importância da participação da categoria e apontam a expectativa de que esta ventania democrática sopre em direção aos serviços públicos levantando a poeira de todo autoritarismo e má gestão pública que barram investimentos adequados no setor público.
População espera reação rápida e políticas favoráveis à maioria – No lugar de defender projetos que empurram o setor público para uma condição cada vez pior de sucateamento, o governo precisa fazer valer os impostos arrecadados. O Brasil segue como um dos países com a maior carga tributária do mundo e que não consegue reverter os consecutivos recordes de arrecadação em serviços públicos de qualidade como prevê a Constituição. Ao contrário, o governo segue adotando uma política econômica que prioriza o empresariado enquanto pune a maioria da população. Paralelo aos aumentos em diversos produtos e serviços que não dão trégua e sufocam o trabalhador, o governo voltou a ceder mais de 150 desonerações que farão com que o empresariado deixe de pagar mais de R$ 35 bilhões em impostos.
Se somadas, todas as isenções concedidas em “incentivos” pelo governo aos empresários nos últimos três anos chegam perto da casa dos R$ 200 bi. Valor que poderia ser mais bem administrado se empregado e revertido em serviços para benefício da população. Por isso, a Condsef continua criticando o comportamento do governo “Hobin Hood às avessas” que tira recursos dos trabalhadores para conceder benesses ao empresariado. Essa mesma crítica está sendo ouvida nas ruas.
A lógica que rege o mercado empresarial não pode ser trazida para o âmbito do Estado. A Condsef volta a reforçar que antes do lucro, o governo deve visar o cumprimento do que prevê a Constituição. Todo cidadão tem direito a educação, a saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. Cabe ao Estado zelar por esses direitos e garantir que todos tenham acesso a eles. Mas na contramão do que se espera e deve se exigir, as ações do governo continuam sinalizando que o problema para não melhorar o atendimento público, garantindo à população serviços de qualidade, não é de ordem econômica.
Há uma política em curso que não está em sintonia com o projeto de governo apresentado para a população e que saiu vitorioso no último pleito eleitoral. É esse projeto que o povo espera ver concretizado. É para ele que a maior parte das vozes se eleva nas ruas! Que esse grito seja ouvido e respeitado pelo governo. Que esse grito, que a Condsef, suas filiadas e os servidores de sua base ajudam a entoar, se faça sentir no dia a dia da população.
Fonte: Condsef