Durante a tarde desta quinta-feira, 21/5, cerca de 600 policias das polícias Rodoviária Federal; Civil e Militar do Distrito Federal; e, Federal realizaram uma marcha na Esplanada dos Ministérios em prol da valorização dos profissionais da segurança pública. Criticando a alta da criminalidade e a sensação de insegurança, inclusive dos próprios policias e de seus familiares, o grupo pedia a elaboração de políticas públicas na área por parte dos governos Federal e Estaduais. A manifestação foi organizada pela Cobrapol – Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis.
Na avaliação de Jânio Gandra, presidente da COBRAPOL, a mobilização foi positiva não apenas para os policiais, mas principalmente para a sociedade brasileira. “Conseguimos mobilizar os policiais em diversos estados e chamar a atenção da mídia, inclusive internacional, para os problemas que afetam a segurança pública nacional”, comentou.
Para o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal (Sindipol/DF), Flávio Werneck, as carreiras policiais precisam de modernização e efetividade, pois, de acordo com ele, a cada 100 homicídios, o assassino é preso em apenas 8. Para Werneck, a segurança pública brasileira esta “caótica”.
Outro tema bastante abordado pelos líderes sindicais durante a manifestação foi o não reconhecimento, por parte dos governantes, de direitos trabalhistas como o adicional noturno; horas extras; regulamentações da indenização de fronteira, da jornada de trabalho e do banco de horas.
[pull_quote align=”right”]”O Governo Federal sequer reconhece nossos direitos constitucionais. Somos a única classe que trabalha à noite e, em contrapartida, não recebe nada por isso. O adicional noturno, que um direito previsto na Constituição Federal para todo e qualquer trabalhador que labore no período noturno, nos foi tirado em 2006″.[/pull_quote]
Reni Rocha, presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Distrito Federal (SINPRF/DF) reclamou que a categoria policial é a única que trabalha à noite toda e não recebe o adicional noturno. “O Governo Federal sequer reconhece nossos direitos constitucionais. Somos a única classe que trabalha à noite e, em contrapartida, não recebe nada por isso. O adicional noturno, que um direito previsto na Constituição Federal para todo e qualquer trabalhador que labore no período noturno, nos foi tirado em 2006”, acrescentou.
Indagado sobre quais outras manifestações os policiais rodoviários deverão fazer ou participar, Fabiano Viana, diretor de comunicação da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), informou que durante o último encontro do Conselho de Representantes da FenaPRF, realizado em 9 de maio, ficou acertado que os 24 sindicatos estaduais, que representam a categoria em todo o país – SINPRFs, iriam realizar assembleias gerais para debater, decidir e se organizarem sobre quais ações serão adotadas.
“Nossa intenção é mostrar para a sociedade, inclusive a internacional que virá ao Brasil durante a Copa, que a segurança pública brasileira precisa de mudanças, de reconhecimento e de mais investimentos. Os governos não podem continuar fingindo que este serviço, tão essencial a qualquer cidadão, é prestado com qualidade. Segurança pública é responsabilidade de todos, não apenas do policial como faz acreditar os governos. Queremos a sociedade do nosso lado para fazer com que nossos governantes enxerguem a realidade e encontrem a solução do problema”, frisou Viana.
Além do Distrito Federal, as categorias policiais realizaram manifestações em mais 13 unidades da federação: Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Em alguns locais houve paralisação e em outros atos públicos e atividades de conscientização para valorização dos profissionais e por uma política nacional de segurança pública.
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