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set/2012

Policiais sem direito de greve

Após enfrentar três meses de paralisação de 80 mil funcionários federais no País, o governo está disposto a acelerar o processo de regulamentação da greve na área pública. Com isso, os que atuam nas forças policiais estão perto de perder o direito de paralisar suas atividades. A proposta da União é estender aos integrantes das polícias Federal, Rodoviária Federal e Civil a norma estipulada na Constituição Federal, que proíbe policiais militares e bombeiros dos estados de paralisar atividades, consideradas essenciais à sociedade.

A proposta é evitar abusos supostamente cometidos por servidores durante protestos, como bloqueio de estradas, engarrafamentos e filas nos aeroportos.

Atos irregulares
No ápice da greve dos policiais federais em julho, por exemplo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que tomaria as medidas disciplinares e judiciais cabíveis contra os policiais que estariam cometendo abusos durante as operações-padrão nos aeroportos do País.

Outro ponto negativo foi a faixa estendida por agentes da Polícia Rodoviária Federal, no posto localizado em Penedo, Sul Fluminense do estado, que anunciava “passagem livre para tráfico de drogas e armas”. Cardozo mandou abrir sindicância para investigar e apontar os autores da faixa considera ofensiva.

O presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal do Rio, Telmo Pereira dos Reis, acredita que a proposta seja mais uma ameaça à classe e que o governo não encontraria apoio, nem mesmo em sua base no Congresso Nacional, para aprovar o texto.

Contudo, o analista Político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) Antônio Augusto de Queiroz argumentou que o governo pode aprovar a regulamentação da greve, mesmo que o texto apresente pontos críticos. “O Congresso aprovou, com certa facilidade, o fundo de previdência complementar que era muito mais polêmico. Acredito que o texto passe facilmente pelas bases e pela oposição”, avalia.

Aumento garantido
O presidente da Associação de Praças da PM e Corpo de Bombeiros, Vanderlei Ribeiro, criticou a postura do governo e defendeu que a União deveria se preocupar em garantir, por meio de lei, a negociação permanente e o reajuste salarial uma vez ano.

Fonte: Jornal O Dia

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